Sergey Lavrov: ‘Ocidente está perdendo a guerra armamentista’
De acordo com o chanceler, as armas fabricadas pelo país euroasiático ajudam países a proteger sua soberania e resistir a interferências externas
247 - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que as armas fabricadas pelo país euroasiático conquistaram a reputação de ferramentas confiáveis para Estados com a pretensão de proteger sua soberania e resistir a interferências externas. Ele argumentou que a eficácia percebida do hardware provocou uma pressão crescente do Ocidente.
Questionado sobre os desafios que o sistema russo de exportação de armas enfrenta no contexto atual, o chanceler criticou “sanções e tentativas de justificá-las pela necessidade de punir a Rússia por seu ‘comportamento’ na Ucrânia”. A entrevista foi concedida ao programa de TV Aceitação Militar.
“É uma luta suja e anticompetitiva. Este é mais um exemplo do Ocidente reconhecendo que é absolutamente impossível negociar com isso. Neste caso – sobre as regras de globalização de um mercado livre, presunção de inocência e muitas outras coisas que os países ocidentais vêm defendendo há décadas”.
De acordo com o ministro, o “Ocidente percebeu que estava perdendo a concorrência. Era se agarrar a qualquer desculpa”. “Nessa situação, nossa operação militar especial foi útil, embora sanções já tivessem sido impostas ao setor de defesa russo muito antes do início da operação”, continuou.
“Sabemos como compensar isso, porque a grande maioria dos países não ocidentais não quer tolerar “dançar ao som desse cachimbo” para a vida toda. Todos querem negociar honestamente, e aqueles que realmente querem fazer transações mutuamente benéficas sempre encontram redes financeiras, bancárias e logísticas, e é isso que está acontecendo agora”.
Ainda na entrevista, Lavrov disse que os produtos da Rússia são “absolutamente competitivos”. “Está coberta de glória, incluindo a glória da luta contra o colonialismo”. “O Kalashnikov é um símbolo da descolonização”, complementou.
“Os países africanos têm memórias perfeitas de como seus avôs e pais conquistaram a independência com a ajuda do armamento soviético naquela época e com o apoio de nossos conselheiros que “no terreno” selecionaram as tarefas que os novos estados independentes estavam cumprindo em sua luta contra o colonialismo”.
Assim, mesmo na situação atual, nos ambientes tecnológicos mais avançados, nunca ficamos para trás nessa “corrida”.
Poderio da Rússia
O país euroasiático se destaca como uma das principais forças de oposição à hegemonia norte-americana, tanto na esfera política quanto na econômica em nível global. O governo russo discute, entre outras medidas, a criação de uma moeda comum entre os países do BRICS, iniciativa que teria como efeito reduzir a dependência do dólar nas transações internacionais.
Em 2024, o país governado pelo presidente Vladimir Putin ocupava a segunda posição no ranking de poderio militar mundial, com índice de 0,0788. Os Estados Unidos apareciam em primeiro lugar, com 0,0744. A China ficou em terceiro, com 0,1184, seguida pela Índia, também com 0,1184, e pela Coreia do Sul, com 0,1656, apontaram dados da Global Firepower, que analisou 145 países. O Brasil figurava na 11ª colocação, com índice de 0,2415.
Esse nível de capacidade militar se reflete na guerra na Ucrânia. A Rússia tem sido vitoriosa nesse conflito na medida em que Estados Unidos e Europa não conseguiram implementar alternativas, muitas delas polêmicas, para apoiar o governo ucraniano.



