Setor comercial e industrial pode fornecer até 80 GW de energia limpa à Índia até 2030
Projeção do Ministério de Novas e Renováveis Energias reforça avanço da geração sustentável no país asiático
247 - Até 2030, a Índia espera que cerca de 60 a 80 GW de energia renovável (ER) venham de desenvolvedores comerciais e industriais (C&I), representando uma mudança significativa na forma como a energia limpa avança no país, afirmou nesta quinta-feira Santosh Kumar Sarangi, secretário do Ministério de Novas e Renováveis Energias. A informação é da ANI.
Falando no evento India Edge, organizado pela CII, Sarangi declarou: “Também vemos uma tendência de instalação de ER pelo setor C&I. Até 2030, estimamos que cerca de 60 a 80 GW de energia renovável serão fornecidos pelos desenvolvedores de C&I”.
O secretário destacou que os desenvolvedores desse segmento terão papel central no atendimento às necessidades energéticas limpas da Índia até 2030. Ele acrescentou que os sistemas solares de telhado também estão se expandindo em várias regiões, uma tendência que deve se reforçar nos próximos anos.
Sarangi mencionou que estados como Madhya Pradesh e Gujarat apresentam avanços expressivos. Segundo ele, Madhya Pradesh “é um dos estados mais progressistas em termos de energia renovável”, observando ainda que muitos estados estão lançando licitações adaptadas às próprias necessidades. Ele explicou que está surgindo um padrão claro em que mais estados optam por caminhos renováveis alinhados às suas realidades.
O secretário afirmou que o crescimento da energia renovável avança em ritmo acelerado — e deve acelerar ainda mais. Ele explicou que a demanda por eletricidade na Índia deve subir rapidamente e, com isso, a procura por energia renovável também aumentará. À medida que os estados lançarem mais licitações, sua participação nesse movimento se tornará ainda mais relevante.
Sarangi observou que ainda há desafios, especialmente na integração da energia renovável às redes elétricas. Segundo ele, essas questões exigem atenção imediata. Ele defendeu a incorporação de sistemas de baterias à rede de transmissão e a ampliação da capacidade de armazenamento como etapas essenciais.
Sobre segurança energética, disse que o país precisa garantir cadeias de suprimentos robustas, ao mesmo tempo em que expande sua capacidade de armazenamento. Ressaltou que as empresas indianas devem aproveitar os benefícios disponíveis no esquema de Incentivo Vinculado à Produção (PLI) para fortalecer ainda mais o setor. Ele destacou que a capacidade de fabricação de módulos solares da Índia já chegou a aproximadamente 140 GW.
Sarangi também mencionou a variação do custo da amônia cinza, que subiu de 450 para 550 dólares, em parte devido à desvalorização da rupia. Ele afirmou que o governo está incentivando diversos portos a implantarem instalações de abastecimento usando recursos da Missão de Hidrogênio Verde. Segundo ele, essas iniciativas ajudarão a estruturar o ecossistema nacional de produção de hidrogênio verde.
O secretário explicou ainda que o Ministério das Novas e Renováveis Energias trabalha em estreita colaboração com a Central Transmission Utility, com a Central Electricity Authority, com o Ministério da Energia e com o órgão regulador do setor elétrico. De acordo com Sarangi, o ministério mantém forte diálogo com a indústria, realizando reuniões mensais com os setores solar, eólico e outros, a fim de garantir uma produção de energia renovável eficiente e contínua.



