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Tailândia e Camboja interrompem ataques com segundo cessar-fogo

Confrontos fonteiriços recentes deixaram ao menos 101 mortos

Uma unidade de artilharia móvel da Tailândia dispara contra o lado do Camboja depois que Tailândia e Camboja trocaram artilharia pesada na sexta-feira, enquanto seus piores combates em mais de uma década se estendiam pelo segundo dia, em Surin, Tailândia, 25 de julho de 2025 (Foto: REUTERS/Athit Perawongmetha)

Reuters - Tailândia e Camboja encerraram no sábado (27) semanas de intensos confrontos na fronteira ao estabelecer um segundo cessar-fogo, no pior episódio de violência entre os dois países do Sudeste Asiático em anos.

O cessar-fogo estava sendo respeitado, informou à Reuters um porta-voz do Ministério da Defesa da Tailândia, o contra-almirante Surasant Kongsiri, cerca de duas horas após a entrada em vigor da trégua, ao meio-dia (5h GMT).

“Até o momento, não houve relatos de disparos”, afirmou.

O Ministério da Defesa Nacional do Camboja não registrou novos confrontos após o que classificou como um ataque aéreo tailandês ocorrido no início da manhã de sábado, antes do anúncio do cessar-fogo.

O acordo, assinado pelo ministro da Defesa da Tailândia, Natthaphon Narkphanit, e por seu homólogo cambojano, Tea Seiha, pôs fim a 20 dias de combates que deixaram pelo menos 101 mortos e deslocaram mais de meio milhão de pessoas em ambos os lados da fronteira. Os confrontos incluíram missões com aviões de combate, trocas de foguetes e intensos bombardeios de artilharia.

ASEAN VAI MONITORAR A TRÉGUA; NEGOCIAÇÕES BILATERAIS CONTINUAM - Os confrontos foram retomados no início deste mês após o colapso de um cessar-fogo que havia sido mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, para encerrar uma rodada anterior de violência.

“Ambos os lados concordam em manter as atuais posições das tropas, sem novos deslocamentos”, afirmaram os ministros em uma declaração conjunta sobre o cessar-fogo.

“Qualquer reforço aumentaria as tensões e afetaria negativamente os esforços de longo prazo para resolver a situação”, acrescenta o comunicado divulgado pelo Camboja nas redes sociais.

O principal diplomata do Camboja, Prak Sokhonn, e seu homólogo tailandês, Sihasak Phuangketkeow, devem se reunir com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, nas províncias de Yunnan, no domingo e na segunda-feira, para discutir a situação na fronteira, segundo nota do Ministério das Relações Exteriores do Camboja e um representante do governo tailandês.

Há mais de um século, Tailândia e Camboja disputam a soberania de diversos pontos não demarcados ao longo de sua fronteira terrestre de 817 quilômetros, um impasse que ocasionalmente resulta em confrontos armados.

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