CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Mundo

Trump acaba com tratamento especial dado a Hong Kong para atacar China

O governo pró-China de Hong Kong anunciou que esta medida se voltará também contra os Estados Unidos

Donald Trump volta a atacar a China (Foto: REUTERS/Leah Millis)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247, com informações da Reuters - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, 14, que assinou uma legislação e um decreto para responsabilizar a China pela lei de segurança nacional que impôs à Hong Kong.

Em uma coletiva de imprensa nos jardins da Casa Branca, Trump disse que está encerrando o tratamento preferencial de Hong Kong como uma punição contra a China pelo que chamou de ações “opressivas” contra o povo de Hong Kong. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Nas redes sociais, Trump ainda se vangloriou de ter sido o mais presidente norte-americano mais duro contra a China. Ele ainda aproveitou para atacar seu concorrente do Partido Democrata nas eleições presidenciais deste ano, Joe Biden, ao afirmar que ele tinha boas relações com o país asiático quando era vice-presidente de Barack Obama.

Ação de Trump pode se voltar contra os EUA

A ação de Trump acaba com a relação autônoma dos Estados Unidos com Hong Kong. Os EUA, desde 1992, tem uma relação econômica e jurídica independente com a região, diferente da que é exercida com a China continental. Agora, as duas zonas serão consideradas iguais.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A medida para acabar com o tratamento preferencial já havia sido anunciada em maio, durante o processo de aprovação da lei de segurança nacional pelo Legislativo chinês. Na ocasião, o governo pró-China de Hong Kong anunciou que esta medida se voltaria também contra os Estados Unidos.

"Quaisquer sanções são uma faca de dois gumes que prejudicará não só os interesses de Hong Kong, mas também os dos EUA significativamente", disse o governo em maio deste ano.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Segundo o governo de Hong Kong, entre 2009 e 2018, o superávit comercial norte-americano de 297 bilhões de dólares com a região foi o maior entre todos os parceiros comerciais de Washington, e 1.300 empresas dos EUA têm sede na cidade. Desta forma, a ofensiva do presidente norte-americano pode acabar prejudicando os próprios Estados Unidos, principalmente um setor do capital financeiro.

Entenda o que está em jogo na Lei de Segurança Nacional chinesa sobre Hong Kong

Pela nova lei de segurança nacional, mandados judiciais não serão necessários para a realização de buscas e apreensões em lugares suspeitos e pessoas sob investigação serão impedidas de sair da cidade. Foi uma ofensiva do governo contra os manifestantes.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

As manifestações eclodiram no ano passado contra um projeto de lei que possibilitaria a extradição para a China continental, o que foi visto com uma ameaça à soberania administrativa e jurídica de Hong Kong. O projeto, por pressão das manifestações, foi retirado. Porém, a pauta se estendeu para a defesa de eleições diretas para a chefia do Executivo do território.

Para alguns analistas, a crise do governo chinês com Hong Kong reflete a crise do país asiático com os Estados Unidos, uma vez que apareceram diversas denúncias de que os organizadores das manifestações na cidade estão ligados a grupos empresariais norte-americanos e britânicos.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Por outro lado, outros analistas afirmam que a nova legislação representa o fim da autonomia política, administrativa e judicial que a cidade desfruta desde seu reingresso no país continental. Durante 156 anos até 1997, Hong Kong era uma colônia britânica e apenas ingressou na China pelo modelo “um país, dois sistemas” que lhe dava autonomia.

Com a aprovação da Lei de Segurança Nacional, as autoridades chinesas poderão atuar no território para a implementação das leis, que preveem prisão perpétua para separatistas, subversivos e terroristas, e também facilita o monitoramento por grampos de indivíduos considerados suspeitos, que poderão ser presos sem direito à fiança e cujos julgamentos podem ocorrer sem direito a juris. Os magistrados, por sua vez, serão nomeados pelo chefe do Executivo local, escolhido por uma comissão de 1.200 pessoas. As pessoas acusadas deverão ser enviadas à China continental.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Porém, segundo a chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK), Carrie Lam, a nova legislação não é contrária à autonomia de Hong Kong. Ela preside o Comitê para Salvaguarda da Segurança Nacional da RAEHK.

“A lei visa prevenir, coibir e punir atos ilegais que ponham em risco a segurança nacional, o que só tem como alvo uma extremamente pequena minoria de infratores da lei e protege a liberdade e os direitos da grande maioria dos residentes de Hong Kong”, disse Lam nesta terça-feira (7).

Uma crise internacional

Muitos avaliam o posicionamento de Pequim como uma defesa contra as recentes ameaças dos Estados Unidos, que têm imposto sanções econômicas ao país no sentido de prejudicar sua economia. 

Da mesma forma, os norte-americanos têm realizado uma série de provocações ao navegar territórios marítimos, no sul da ásia, reivindicados pela China, e ao realizar operações para prejudicar grandes empresas chineses. Recentemente, o governo chinês denunciou o envolvimento do FBI na prisão de Meng Wanzhou, executiva da Huawei, em aeroporto no Canadá.

Assim, muitos têm denunciado o movimento separatista em Hong Kong como manobra política dos Estados Unidos para conquistar influência na região e desestabilizar a China. Membros governamentais dos dois países têm entrado em conflito por conta da situação. Em junho deste ano, a chancelaria chinesa rebateu as afirmações do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo

O chefe da diplomacia americana disse que Hong Kong não tem mais o alto grau de autonomia e que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou com as chamadas sanções contra a China e sua Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK). "Nós condenamos fortemente isso", disse o porta-voz.

"O que as autoridades americanas disseram sobre Hong Kong são completas mentiras e calúnias", afirmou o porta-voz. "Não há como a legislação afetar o alto grau de autonomia de Hong Kong ou os direitos e liberdades desfrutados pelos residentes de Hong Kong, que são mais extensos do que antes do retorno de Hong Kong à pátria", disse o porta-voz. "Pelo contrário, solidificará a fundação de 'um país, dois sistemas'."

Vale ressaltar também que, historicamente, Hong Kong só tem uma certa autonomia do resto da China por conta da invasão do território chinês pelos britânicos no século XIX. A região era do império da China. Na realidade, a reincorporação da região com uma certa independência do governo central só existiu no âmbito de manter os interesses de empresas estrangeiras na região ao mesmo tempo em que se buscava uma aliança com a China, que nos últimos anos os EUA estão procurando desfazer.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO