Trump ordena demissão de funcionários de agências ligados a programas de diversidade e meio ambiente

247 - O governo do ex-presidente Donald Trump iniciou na última sexta-feira uma série de demissões de funcionários em cargos ligados aos programas de diversidade, equidade, inclusão e justiça ambiental em agências federais, informa O Globo. A medida faz parte de uma ordem executiva que visa reduzir o número de empregados nesses setores, com um prazo de 60 dias para a implementação das mudanças. A informação foi divulgada pelo Escritório de Gestão de Pessoal dos Estados Unidos.

No memorando, que se refere especificamente aos programas de "diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade", Trump determinou que "cada chefe de agência, departamento ou comissão tomará medidas para pôr fim, na medida máxima permitida por lei, a todos os escritórios e cargos" relacionados a esses temas. A ordem foi dada após a implementação de licenças remuneradas para os funcionários dessas áreas, que ocorreram no início da semana.

A decisão de cortar os programas de diversidade não é nova. Durante sua campanha presidencial, Trump já havia criticado publicamente as políticas de diversidade e inclusão em órgãos governamentais e no setor privado, alegando que tais iniciativas favoreciam minorias em detrimento dos brancos, especialmente homens. Ele também atacou a política de reconhecimento da diversidade de gênero, incluindo as críticas à participação de mulheres transgênero em esportes femininos.

O decreto presidencial revoga medidas semelhantes do governo anterior, sob a presidência de Joe Biden, que haviam criado um foco no fortalecimento de programas relacionados à diversidade e inclusão. Uma das consequências mais controversas dessa nova ordem é a possibilidade de restringir o acesso a cuidados médicos de afirmação de gênero, o que já gerou críticas de defensores dos direitos humanos.

Os chefes das agências federais receberam instruções para apresentar até 31 de janeiro planos escritos que detalhem como reduzirão os funcionários envolvidos nesses programas. O memorando também determina que qualquer documentação ou diretrizes que contradigam a nova política sejam removidas, incluindo materiais publicitários ou instruções relacionadas a iniciativas de diversidade.

Além disso, a referência à "justiça ambiental" nas novas diretrizes foi vista como uma expansão das mudanças. A Agência de Proteção Ambiental (EPA) define a justiça ambiental como "o tratamento justo e a participação significativa de todas as pessoas, independentemente da sua renda, raça, cor, nacionalidade, filiação tribal ou deficiência, na tomada de decisões da agência e em outras atividades federais que afetam a saúde humana e o meio ambiente".