Trump volta a insinuar ação militar e diz que “todas as opções” estão na mesa sobre a Venezuela
Durante a coletiva, Trump disse ainda que não vê impedimentos para uma conversa direta com o presidente venezuelano
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a endossar a possibilidade de medidas militares contra a Venezuela ao afirmar, em coletiva nesta segunda-feira (17), que “não descarta nada” quando questionado sobre uma eventual operação terrestre. As declarações foram divulgadas pela RT e reforçam o tom hostil adotado por Washington nos últimos meses contra o governo de Nicolás Maduro.
Durante a coletiva, Trump disse ainda que não vê impedimentos para uma conversa direta com o presidente venezuelano. “Provavelmente falarei com Maduro, eu conversaria com todo mundo”, afirmou.A fala ocorre em um cenário de crescente mobilização militar norte-americana na região. Desde agosto, os EUA enviaram navios de guerra, um submarino, aviões de combate e tropas para áreas próximas à costa venezuelana sob o argumento de intensificar ações contra o narcotráfico. Os militares norte-americanos também realizaram bombardeios contra embarcações classificadas como “narcolanchas” no Caribe e no Pacífico, causando dezenas de mortes e provocando duras críticas de países latino-americanos e organismos internacionais.
Paralelamente, o governo Trump vem ampliando as acusações contra Maduro. Washington sustenta, sem apresentar provas, que o presidente venezuelano lideraria um cartel de narcotráfico. A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, elevou recentemente o valor da recompensa por informações que levem à captura do líder chavista.
Em outubro, Trump admitiu ter autorizado a CIA a conduzir operações encobertas em território venezuelano. A declaração provocou forte reação em Caracas. Maduro, em discurso transmitido pela televisão estatal, questionou: “Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? Que não conspira contra Chávez e contra mim há 26 anos?”.Para o governo venezuelano, as acusações americanas são infundadas e fazem parte de uma estratégia de “mudança de regime”.
Autoridades do país afirmam que os EUA buscam justificar ações militares com o objetivo de controlar reservas de petróleo e gás.A retórica bélica também tem ecoado no alto escalão das Forças Armadas dos EUA. O secretário do Exército, Daniel Driscoll, afirmou recentemente que soldados norte-americanos estão “preparadas” para atuar na Venezuela caso recebam ordem, ampliando a percepção de que Washington mantém aberta a possibilidade de uma intervenção.Com a escalada verbal e militar, cresce a apreensão na América Latina. A combinação de operações encobertas, deslocamento de tropas e declarações cada vez mais incisivas do governo Trump reforça a preocupação de governos da região e de analistas internacionais quanto ao risco de um conflito de maiores proporções no continente.



