Ucrânia diz que há 17 feridos após bombardeio russo em hospital infantil e maternidade
Em entrevista, o embaixador da Rússia na França, Alexei Iourievitch Mechkov, disse que a Rússia “não tinha nada a ver” com o ataque ao hospital infantil em Mariupol
247 - O bombardeio russo que atingiu um hospital infantil e uma maternidade em Mariupol deixou 17 feridos, segundo autoridades ucranianas. O bombardeio destruiu a fachada do edifício e arrebentou suas janelas.
Em entrevista ao canal francês BMFTV, o embaixador da Rússia na França, Alexei Iourievitch Mechkov, disse que a Rússia “não tinha nada a ver” com o ataque ao hospital infantil em Mariupol. Mechkov afirmou que há “uma guerra virtual em curso na Ucrânia”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, qualificou o ataque como “uma atrocidade” e voltou a pedir que os aliados ocidentais criem uma zona de exclusão aérea sobre o país. “Mariupol. Ataque direto de tropas russas na maternidade. Pessoas, crianças estão sob os destroços. Atrocidade! Por quanto tempo mais o mundo será um cúmplice ignorando o terror? Feche o céu agora mesmo! Pare com os assassinatos! Você tem poder, mas parece estar perdendo a humanidade”, postou Zelensky no Twitter.
Além de Zelensky, o ataque também foi condenado por algumas potências ocidentais. A Casa Branca condenou o ataque como um ato de barbárie. "É terrível ver esse tipo de uso barbárico de força militar para perseguir civis inocentes em um país soberano", afirmou a porta-voz do presidente Joe Biden, Jen Psaki.
"Há poucas coisas mais depravadas do que atingir os vulneráveis e indefesos", afirmou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, completando que o presidente russo Vladimir Putin "será punido por seus crimes terríveis".
Conflito em Mariupol
Mariupol é um dos focos de conflitos entre os russos e as forças armadas ucranianas, sendo a cidade um dos núcleos principais do Regimento Azov (antes batalhão), milícia nazista que foi incorporada às forças ucranianas oficiais.
O conflito na cidade dura há mais de uma semana. Para enfrentar os russos, o Regimento Azov armou cidadãos voluntários e os treinou. Os resistentes têm usado edifícios civis para se contrapor aos russos. Isso frustra o plano anunciado pelo governo da Rússia de atacar apenas instalações e infraestruturas militares.
Os russos acusam as milícias nacionalistas ucranianas de usarem o povo como escudo humano, pelo fato de se esconderem atrás de civis — seja usando a infraestrutura civil, como conjuntos residenciais, seja, como foi relatado pelo Ministério da Defesa russo, forçando civis a se colocarem no meio de troca de tiros entre russos e ucranianos.
De acordo com os russos, para promover um banho de sangue e colocar a culpa na Rússia, os nazistas em Mariupol têm impedido cidadãos de saírem pelos corredores humanitários, acordados em negociações entre os governos russo e ucraniano. Essa informação, divulgada inicialmente pelas forças combatentes da República Popular de Donetsk, também foi reforçada por alguns cidadãos que conseguiram escapar, que denunciaram ataques deliberados nos corredores de fuga.
A cidade de Mariupol é localizada no leste do país. Desde o golpe de Estado patrocinado pelos Estados Unidos em 2014, Mariupol é centro de organização das milícias que, durante oito anos, provocaram milhares de ataques contra os cidadãos do Donbass, notadamente nas autodeclaradas repúblicas populares do Donetsk e de Lugansk — de maioria étnica russa e que decidiram se separar da Ucrânia.
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