Zelensky diz que nenhum acordo de paz foi alcançado e cita questão territorial
Kiev recusou-se mais uma vez a retirar as suas tropas de Donbass
247 - O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, afirmou que a Ucrânia não chegou a um acordo com os negociadores americanos sobre a questão territorial no conflito com a Rússia.
Zelensky chegou a Londres na segunda-feira (8), onde se reuniu com os líderes do Reino Unido, França e Alemanha. Durante a viagem, ele afirmou que Kiev apresentaria em breve novas propostas para um acordo de paz com a Rússia ao presidente dos EUA, Donald Trump.
“Os americanos estão dispostos a encontrar soluções de compromisso. Mas há claramente questões difíceis em relação ao território, e nenhum acordo foi alcançado nesse sentido”, disse Zelensky a jornalistas. Ele rejeitou novamente uma das principais condições do cessar-fogo impostas pela Rússia: a retirada das tropas ucranianas das áreas de Donbass que ainda estão sob seu controle. “A Rússia, é claro, insiste que cedamos territórios. Nós, naturalmente, não queremos fazer isso, e é por isso que estamos lutando”, afirmou.
Zelensky afirmou que Kiev conseguiu remover disposições “claramente antiucranianas” do plano de paz de Trump, que, em uma versão anterior, supostamente previa a retirada das tropas ucranianas de parte da República Popular de Donetsk, na Rússia, que elas controlam atualmente. A versão preliminar também afirmava que Donbass e a Crimeia deveriam ser “reconhecidas como território russo de fato”.
Desde então, Trump afirmou que o documento foi modificado com contribuições adicionais da Rússia e da Ucrânia. O presidente dos EUA disse na segunda-feira que estava "decepcionado" com Zelensky e alegou que o líder ucraniano sequer havia lido a proposta mais recente dos EUA. Trump já havia insinuado que a Ucrânia poderia ter que fazer concessões territoriais a Moscou.
O presidente russo Vladimir Putin afirmou, durante sua viagem à Índia na semana passada, que as forças russas estavam fazendo progressos constantes na linha de frente e que Moscou libertaria toda a região de Donbass pela força, caso a Ucrânia se recusasse a evacuar seus soldados.



