Abiove corta previsão de safra de soja 2025/26
Associação reduz produção para 177,7 mi t e destaca força do Brasil nas exportações de soja
247 - A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) reviu para baixo a estimativa de produção de soja do Brasil na safra 2025/26, mas manteve firmes as projeções de processamento e de exportações. Divulgado nesta terça-feira (18), o novo quadro indica produção de 177,7 milhões de toneladas, ante 178,5 milhões calculados anteriormente, uma redução de 0,4%.
Os dados foram publicados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, em reportagem de Gabriel Azevedo, com sede em São Paulo. A associação detalhou, em nota, o desempenho esperado para grão, farelo e óleo no ciclo 2025/26 e no ano civil de 2025, reforçando o peso do Brasil no comércio global de soja.
Para a safra 2025/26, a Abiove manteve a projeção de processamento em 60,5 milhões de toneladas, sinalizando continuidade da expansão da indústria de esmagamento. As exportações de grão também ficaram estáveis, em 111 milhões de toneladas. No segmento de derivados, a produção de farelo foi mantida em 46,6 milhões de toneladas e a de óleo em 12,15 milhões de toneladas.
As vendas externas de farelo devem alcançar 24,6 milhões de toneladas, enquanto as exportações de óleo foram projetadas em 1,2 milhão de toneladas, o que representa alta de 20% em relação à previsão anterior. Do lado da demanda doméstica, o consumo interno de farelo foi estimado em 20,3 milhões de toneladas e o de óleo em 11 milhões de toneladas.
O quadro de estoques também passou por ajustes. O estoque final de soja na safra 2025/26 deve atingir 10,6 milhões de toneladas, ligeiro aumento de 0,5% frente à estimativa precedente. Para o farelo, a Abiove calcula um estoque de 6,3 milhões de toneladas. Já o óleo de soja deve encerrar o período com 491 mil toneladas estocadas, queda expressiva de 28,9% em relação à projeção anterior.
Ao comentar os números, o diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da Abiove, Daniel Furlan Amaral, destacou que o cenário segue favorável para a cadeia da oleaginosa, apesar dos ajustes pontuais. “Mesmo com ajustes pontuais, os números reforçam a solidez da cadeia da soja e a capacidade do setor em responder às demandas do mercado interno e externo com eficiência. A expansão do processamento, somada ao ritmo consistente das exportações, confirma o papel estratégico do Brasil no comércio internacional do complexo da soja”, afirmou, em nota.
Além da visão por safra, a entidade atualizou também as projeções para o ano civil de 2025. A estimativa de produção de soja passou de 171,8 milhões para 172,1 milhões de toneladas, avanço de 0,2%. O processamento foi mantido em 58,5 milhões de toneladas e as exportações em 109 milhões de toneladas, reforçando a expectativa de forte presença brasileira no mercado internacional ao longo de todo o ano.
No balanço de estoques do ano civil, a Abiove elevou a projeção de remanescente de soja de 6 milhões para 6,9 milhões de toneladas, incremento de 14,2%. Para o farelo, a produção permanece estimada em 45,1 milhões de toneladas, com exportações de 23,6 milhões de toneladas e consumo interno de 19,5 milhões de toneladas. O estoque final de farelo foi mantido em 4,6 milhões de toneladas.
No óleo de soja, a associação prevê produção de 11,7 milhões de toneladas em 2025, sem alteração em relação à estimativa anterior. As exportações devem somar 1,35 milhão de toneladas, enquanto o consumo interno é projetado em 10,5 milhões de toneladas. O estoque final de óleo permanece em 416 mil toneladas, sinalizando um mercado relativamente ajustado.
A Abiove também divulgou dados de desempenho recente da indústria. Em setembro de 2025, o volume processado de soja foi de 4,1 milhões de toneladas, o que representa queda de 9,1% em comparação com agosto e recuo de 1,2% frente a setembro de 2024, considerando ajuste amostral. Mesmo com a retração pontual no mês, o acumulado do ano mostra avanço: de janeiro a setembro, o processamento totalizou 39,3 milhões de toneladas, crescimento de 5,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.



