Chinesa BYD se aproxima de superar a Tesla e liderar mercado global de veículos elétricos
Com 2,7 milhões de carros elétricos vendidos em 2025, montadora avança globalmente
247 – A fabricante chinesa BYD está muito perto de ultrapassar oficialmente a norte-americana Tesla e assumir o posto de maior vendedora de veículos elétricos do mundo em 2025, consolidando uma virada histórica no mercado global de mobilidade limpa. A disputa, que há anos simboliza a corrida tecnológica e industrial da transição energética, agora parece pender com força para o lado chinês.
A informação foi divulgada pela agência AFP e repercutida no Brasil pelo site RT Brasil, que destacou que os números preliminares do ano praticamente selam a troca de liderança no setor.
Ainda que os balanços finais de 2025 não tenham sido apresentados publicamente por ambas as empresas, os dados disponíveis até aqui indicam que há “pouquíssima chance” de a companhia comandada por Elon Musk conseguir manter a dianteira. A avaliação se baseia no desempenho comercial acumulado até novembro e nas projeções de fechamento do ano.
Vendas indicam virada global no setor de elétricos
Segundo os dados citados na reportagem, a BYD já havia vendido 2,7 milhões de veículos elétricos em 2025 até o fim de novembro, enquanto a Tesla registrou 1,22 milhão de unidades até setembro. A estimativa é que a montadora dos Estados Unidos feche o ano com cerca de 1,65 milhão de vendas, abaixo do avanço chinês.
A diferença, segundo analistas, reflete a aceleração da BYD em mercados externos e o aumento da pressão competitiva sobre a Tesla, que enfrenta um ambiente mais desafiador em vários países, incluindo Europa e regiões em que marcas chinesas vêm ampliando presença com preços mais agressivos e expansão rápida de portfólio.
Impacto político e fim de incentivos nos Estados Unidos
A reportagem também associa parte da desaceleração da Tesla à mudança no ambiente regulatório norte-americano, especialmente após a perda de um crédito fiscal, atribuída à promulgação de uma legislação durante o governo de Donald Trump — que é o atual presidente dos Estados Unidos. A retirada desse tipo de incentivo, historicamente importante para estimular a compra de veículos elétricos, tende a reduzir o fôlego do mercado e afetar as montadoras que dependem dele para sustentar volume e competitividade.
BYD supera Tesla em países europeus e amplia presença internacional
Outro sinal relevante é o avanço da BYD em mercados tradicionalmente estratégicos para a Tesla. De acordo com a imprensa local mencionada no texto, a BYD já teria ultrapassado a rival norte-americana nas vendas acumuladas do ano em 11 países, incluindo Alemanha, Irlanda e Reino Unido. O movimento reforça a internacionalização acelerada da empresa chinesa e sua capacidade de competir fora de seu território de origem.
Esse fenômeno dialoga com o contexto mais amplo da indústria automotiva: a China deixou de ser apenas o maior mercado consumidor e se consolidou também como potência exportadora e tecnológica, com montadoras capazes de produzir em escala, reduzir custos e lançar modelos com rapidez. Esses fatores vêm redefinindo o equilíbrio global do setor.
“O futuro é chinês”, diz embaixador
Em meio ao avanço comercial da BYD, o embaixador da China na Colômbia, Zhu Jingyang, publicou uma avaliação contundente ao comparar o poder de inovação das duas empresas. Segundo ele:
“O departamento de P&D [Pesquisa e Desenvolvimento] da BYD emprega 120 mil engenheiros”
E acrescentou, em contraste direto com a rival norte-americana:
“Para dar uma referência, a Tesla emprega 100 mil pessoas no total, não apenas engenheiros e não apenas em um único departamento”
Na sequência, Zhu sintetizou a ambição industrial chinesa em uma frase de forte impacto:
“O futuro da indústria automotiva é chinês, se já não o for”
As declarações reforçam o argumento de que a disputa entre BYD e Tesla vai além do volume de vendas: ela simboliza a transição de um ciclo dominado por empresas de tecnologia do Ocidente para uma fase em que a capacidade industrial chinesa, combinada com inovação e escala, assume protagonismo.
Rivalidade redefine a corrida dos veículos elétricos
A possível ultrapassagem da Tesla pela BYD em vendas anuais, caso confirmada oficialmente, tende a marcar um ponto de inflexão no mercado global de carros elétricos. A Tesla, que durante anos foi referência de inovação e símbolo do boom dos elétricos, agora enfrenta concorrência crescente não apenas da BYD, mas também de outras montadoras chinesas e de gigantes tradicionais que aceleram a eletrificação.
O cenário abre uma nova etapa para o setor: mais competição, mais pressão por redução de preços, maior disputa por baterias e cadeia de suprimentos e um avanço cada vez mais visível do modelo chinês de industrialização, baseado em escala, integração tecnológica e expansão internacional agressiva.



