247&nbsp;– As exportações de carros chineses dispararam em 2025, impulsionadas pelo avanço das montadoras de veículos elétricos, especialmente a BYD, que vem liderando uma transformação industrial e geopolítica sem precedentes. Segundo dados divulgados pela revista econômica Caixin Global, o volume de exportações de veículos de nova energia (NEV) — categoria que inclui carros elétricos e híbridos — aumentou 89% em relação ao ano anterior, consolidando a China como o principal polo mundial da transição automotiva.
A BYD tornou-se o símbolo dessa nova fase. A empresa, que já ultrapassou a Tesla em vendas globais de elétricos, ampliou suas operações na Europa, na América Latina e no Sudeste Asiático, enquanto instala fábricas em países como Hungria e Brasil. Seu modelo de expansão — apoiado por políticas estatais e incentivos fiscais — demonstra o poder de coordenação industrial da China, mas também provoca tensões comerciais e políticas em escala global.
O crescimento das exportações não é apenas resultado de competitividade técnica. Ele reflete o planejamento estratégico do Estado chinês, que há mais de uma década aposta em veículos elétricos como vetor de desenvolvimento e soberania tecnológica. Subsídios robustos, domínio sobre a cadeia de baterias e controle do fornecimento de matérias-primas como lítio e cobalto permitiram à China construir uma vantagem quase intransponível frente aos concorrentes ocidentais.
Nos Estados Unidos e na Europa, o sucesso das montadoras chinesas acendeu alertas. Fabricantes locais pressionam por tarifas protecionistas e medidas de defesa comercial, alegando “concorrência desleal”. O tema já chegou à mesa de Donald Trump, que durante sua campanha presidencial prometeu “reindustrializar o setor automotivo americano” e reduzir a dependência de importações chinesas.
Especialistas apontam, porém, que a ofensiva chinesa vai além da economia: ela representa uma estratégia de poder global, com implicações políticas e diplomáticas. Ao dominar o mercado de veículos elétricos, a China também exporta influência, tecnologia e padrões industriais. Países que aderem em massa a veículos chineses — e às suas baterias — acabam integrando-se à esfera tecnológica de Pequim, o que amplia o alcance político do país asiático.
Apesar das críticas ocidentais, o avanço da BYD é visto internamente como uma vitória nacional e um exemplo do sucesso do modelo de planejamento estatal. Para o governo chinês, o salto de 89% nas exportações não é apenas um dado econômico, mas a comprovação de que a política industrial baseada em investimento público e coordenação central pode redefinir o equilíbrio global da mobilidade.
No entanto, essa expansão também traz riscos. Ao priorizar exportações em larga escala, a China se expõe a reação protecionista dos principais blocos econômicos e à volatilidade dos mercados externos. Ainda assim, o movimento é claro: a era dos combustíveis fósseis cede espaço à hegemonia elétrica chinesa — e a BYD, com o apoio direto do Estado, está no centro dessa nova ordem automotiva.
No Brasil, o avanço da BYD coincide com a implementação do programa Nova Indústria Brasil, lançado pelo governo Lula para reconstruir a capacidade produtiva nacional com foco em sustentabilidade e inovação tecnológica. A instalação da fábrica da BYD na Bahia, no antigo complexo da Ford, simboliza o novo ciclo de reindustrialização verde defendido pelo governo, que busca transformar o país em protagonista regional da mobilidade elétrica. A parceria com empresas chinesas, se bem conduzida, pode fortalecer a integração produtiva sul-americana e reduzir a dependência de importações de alto valor agregado — desde que o Brasil mantenha uma política industrial soberana e ativa.

Redação Brasil 247

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita à linha de montagem de veículos da BYD. Polo Petroquímico, Camaçari - BA.Foto: Ricardo Stuckert / PR

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Negócios

Exportações de carros chineses disparam, puxadas pela BYD

14 de outubro (Reuters) - A montadora número 1 da China, BYD (002594.SZ), abre uma nova abaconsidera a Espanha sua principal candidata para uma terceira fábrica de automóveis para atender o mercado europeu, disseram duas pessoas informadas sobre o assunto à Reuters, enquanto a empresa busca aumentar as vendas no continente.
Uma fábrica de montagem da BYD, juntando-se a outras duas fábricas planejadas na Hungria e na Turquia, seria um impulso significativo para a montadora que compete com a Tesla e também reforçaria o objetivo da Espanha de se tornar um importante centro de produção de veículos elétricos.
Uma das fontes disse que a Espanha é preferida pela BYD por causa de seus custos de fabricação relativamente baixos e rede de energia limpa.
Embora se saiba que a BYD esteja procurando uma terceira fábrica para atender o mercado europeu, a emergência da Espanha como pioneira não havia sido relatada anteriormente.
<h3>QUALQUER DECISÃO PRECISA DE APROVAÇÃO NA CHINA</h3>
O gerente nacional da BYD para Espanha e Portugal, Alberto De Aza, disse à Reuters no mês passado que a Espanha seria um local ideal para uma maior expansão da presença de fabricação europeia da BYD devido à sua infraestrutura industrial e eletricidade barata.
Uma terceira fonte alertou que a empresa ainda não comunicou nenhuma decisão final e ainda está considerando outros países além da Espanha. Uma decisão final sobre a planta, que deve ser tomada antes do final do ano, precisará ser aprovada pelos reguladores chineses.
A Reuters informou em março que a BYD analisou outros países, incluindo a Alemanha , embora isso tenha sido debatido internamente devido aos altos custos de mão de obra e energia.
Tanto o Ministério da Indústria da Espanha quanto a BYD não quiseram comentar.

Luis Mauro Filho

O logotipo da BYD em uma concessionária em Reze, perto de Nantes, França, em 27 de março de 2025

Espanha é favorita para receber nova fábrica da BYD na Europa

247 – A montadora chinesa BYD Co. Ltd., que recentemente inaugurou uma fábrica de veículos elétricos em Camaçari (Bahia), vai agora abrir um centro de pesquisa e desenvolvimento (P&amp;D) no Rio de Janeiro, dedicado a tecnologias de direção autônoma e combustíveis inteligentes. A informação foi divulgada pelo portal Brazil Stock Guide.
O anúncio foi feito pelo prefeito Eduardo Paes, ao lado do fundador e presidente da BYD, Wang Chuanfu, e da vice-presidente Stella Li. O novo laboratório ficará instalado nas proximidades do Aeroporto Internacional do Galeão, o que permitirá que visitantes internacionais tenham, logo na chegada, uma amostra do avanço da presença industrial chinesa no Brasil.
“Teremos todo o P&amp;D da BYD para direção autônoma sediado aqui no Rio”, afirmou Paes no sábado. “É um passo importante para a inovação na nossa cidade”, completou o prefeito.
<h2>Expansão estratégica e inovação tecnológica</h2>
A decisão ocorre poucos dias após a inauguração da planta industrial em Camaçari, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Construído no antigo terreno da Ford, o complexo representa um investimento de US$ 620 milhões e consolida a fábrica como a principal base produtiva da BYD na América Latina.
A vice-presidente Stella Li destacou que o novo laboratório fluminense adaptará as tecnologias mais avançadas da empresa em combustíveis inteligentes e sistemas híbridos flex às condições locais, em parceria com universidades brasileiras.
<blockquote>&nbsp;“Vamos trazer a tecnologia automotiva mais avançada da China e desenvolvê-la em conjunto com equipes de P&amp;D locais”, afirmou Li.</blockquote>
<h2>Cooperação sino-brasileira e impacto simbólico</h2>
A escolha do Rio de Janeiro também tem valor simbólico e político. Eduardo Paes trabalhou na BYD durante o período em que esteve afastado da prefeitura, o que reflete uma afinidade entre as políticas municipais e a estratégia de diplomacia industrial chinesa.
O investimento reforça o papel da China como principal parceira comercial e tecnológica do Brasil e mostra como o capital chinês está redesenhando o mapa automotivo nacional, combinando inovação, sustentabilidade e integração produtiva.
Para a BYD, investir em pesquisa local é essencial para sua expansão na América Latina, permitindo criar soluções ajustadas às características do trânsito e da infraestrutura urbana de mercados emergentes, diferentes daquelas de países como China e Europa.
<h2>Um novo marco na indústria brasileira</h2>
Com o centro de P&amp;D no Rio, a montadora consolida uma presença robusta em território brasileiro, unindo produção em larga escala na Bahia e inovação tecnológica no Sudeste. A iniciativa deve gerar novas oportunidades de emprego qualificado, parcerias com instituições de pesquisa e avanços na mobilidade sustentável.
A expansão da BYD no Brasil evidencia o potencial de cooperação entre os dois países na transição para uma economia de baixo carbono, com foco em energia limpa, inovação e tecnologia automotiva.

BYD vai instalar centro de pesquisa em direção autônoma no Rio de Janeiro

247 – A fabricante chinesa BYD atingiu um marco histórico em sua expansão global com a inauguração de sua nova fábrica em Camaçari (Bahia), nesta quinta-feira (9). A informação é do jornalista André Vieira, em <a href="https://brazilstockguide.com/behind-the-lines/high-voltage/">reportagem no portal Brazil Stock Guide</a>, que destacou o evento como um símbolo da corrida mundial pelo domínio do futuro elétrico.
Durante a cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou ao lado do fundador da empresa, Wang Chuanfu, e celebrou a produção do 14º milhão de veículo da BYD — um modelo Song Pro híbrido plug-in flex, fabricado no novo complexo industrial baiano. A conquista veio apenas três meses após a empresa alcançar a marca de 13 milhões de unidades produzidas.
<blockquote>&nbsp;“A Bahia será o ponto de partida para as exportações da BYD para a América do Sul e para a África”, disse Lula, ao encorajar a companhia a dobrar sua meta de produção para 600 mil veículos por ano.</blockquote>
<h2>Expansão acelerada e impacto global</h2>
Erguida em tempo recorde no antigo terreno da Ford, a planta de Camaçari deve produzir 150 mil veículos no primeiro ano e alcançar 300 mil na segunda fase de operação. O plano do governo federal é consolidar a Bahia como o principal polo de mobilidade elétrica do hemisfério sul.
Desde 2022, a BYD já vendeu 170 mil veículos elétricos no Brasil, conquistando 5,5% do mercado nacional em 2025, segundo projeções citadas pelo Brazil Stock Guide. O avanço coloca a montadora à frente de gigantes tradicionais como Stellantis, Volkswagen e General Motors em segmentos estratégicos.
Na Europa, a BYD também cresce apesar das barreiras protecionistas. A empresa ultrapassou a Tesla em vendas de veículos elétricos e ampliou presença em mercados como Reino Unido e Noruega, mesmo enfrentando tarifas de até 28% sobre carros fabricados na China.
Nos Estados Unidos, onde o acesso ao mercado permanece bloqueado por barreiras comerciais, o nome da BYD circula entre investidores e sindicatos como símbolo da nova ameaça industrial chinesa, conforme o portal.
<h2>Desafios e oportunidades para o Brasil</h2>
Analistas destacam que o sucesso da BYD na Bahia dependerá não apenas da escala de produção, mas da transferência tecnológica e do fortalecimento de fornecedores nacionais. Sem isso, o país corre o risco de se tornar apenas um polo de montagem com pouco valor agregado.
Para integrar o Brasil à cadeia global de valor dos veículos elétricos, o governo precisa investir em infraestrutura logística, centros de engenharia e energia confiável, além de estimular mão de obra qualificada.
O crescimento da BYD ocorre em um contexto de consolidação da indústria automotiva chinesa, que hoje abriga cerca de 130 montadoras, das quais apenas 15 a 20 devem sobreviver à política de concentração imposta por Pequim. Essa reestruturação tende a gerar campeões globais ainda mais fortes e pode direcionar o excesso de capacidade produtiva para países como o Brasil.
<h2>Uma nova era da mobilidade</h2>
Enquanto Detroit se defende, Wolfsburg se fecha e Tóquio hesita, a BYD acelera sua expansão mundial. Caso o ritmo continue, a empresa poderá em breve se tornar a marca número 1 do Brasil — e, possivelmente, do mundo.
Como conclui o Brazil Stock Guide, “cada alta voltagem traz um risco: pode iluminar o futuro — ou queimar o circuito”.
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09/10/2025 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita à linha de montagem de veículos da BYD, no Polo Petroquímico, em Camaçari-BA

Fábrica da BYD na Bahia acelera corrida global por veículos elétricos

247 – A fabricante chinesa BYD, que vem revolucionando o mercado de veículos eletrificados no Brasil, traçou uma meta ambiciosa: ser a maior marca de automóveis do País até 2030. A declaração foi feita por Alexandre Baldy, vice-presidente da BYD do Brasil desde julho de 2024, em <a href="https://www.estadao.com.br/economia/byd-sera-a-maior-marca-de-veiculos-do-brasil-ate-2030-diz-vice-presidente-da-fabricante-chinesa/">entrevista ao jornal Estado de S. Paulo</a>.
Em menos de três anos, a montadora vendeu mais de 150 mil unidades no mercado brasileiro, conquistando o título de marca mais bem avaliada pelos consumidores, segundo pesquisa da consultoria Decoupling. Além disso, o modelo elétrico Dolphin Mini apresentou a menor desvalorização entre os veículos da categoria, superando até o popular Volkswagen Polo.
<h2>Expansão da produção e foco na nacionalização</h2>
Segundo Baldy, a BYD está comprometida em consolidar sua presença industrial no Brasil. A fábrica em Camaçari (BA), instalada no antigo complexo da Ford, já prepara o primeiro lote de veículos nacionais — os modelos Dolphin Mini, Song Pro e King — com entrega prevista para 9 de outubro. “Recentemente mostramos a planta para jornalistas e autoridades. Apenas nesta primeira fase de implantação, a área construída chega a 270 mil metros quadrados”, afirmou o executivo.
Por enquanto, os carros serão montados com peças importadas da China. A empresa solicitou ao governo federal a redução temporária do imposto de importação sobre kits CKD e SKD, o que gerou atrito com a Anfavea, associação que representa as fabricantes tradicionais instaladas no País. O governo mediou a disputa ao criar cotas de importação sem imposto e reduzir o cronograma de retomada da alíquota de 35%.
Baldy reforçou que a próxima fase da expansão da planta baiana incluirá as áreas de solda e pintura até 2026, consolidando a produção nacional e reduzindo a dependência de componentes importados.
<h2>Linha de luxo e supercarro milionário</h2>
Como parte de sua estratégia de diversificação, a BYD vai estrear no segmento de luxo com a marca Denza, criada em parceria com a Mercedes-Benz em 2011. “A Denza foi criada com foco em carros de luxo. Trouxemos o principal executivo da Porsche no Brasil para construir a nova estrutura”, afirmou Baldy, em referência a Werner Schaal, que comandou as vendas da marca alemã por oito anos.
O primeiro modelo da Denza no Brasil será o cupê Z9GT, seguido do SUV B5, com preços estimados acima de R$ 500 mil. Para reforçar o posicionamento premium, a empresa também trará o U9 Xtreme, supercarro elétrico da divisão Yangwang, avaliado em cerca de US$ 2,5 milhões (R$ 13,3 milhões). “Em outubro, vamos escolher quem poderá comprar o carro”, revelou o executivo.
<h2>Resultados expressivos e liderança em satisfação</h2>
A rápida ascensão da BYD impressiona. Em 2022, a empresa vendeu apenas 200 veículos no País. Dois anos depois, o número saltou para 77 mil unidades. O lançamento do Dolphin, em 2023, por R$ 149,8 mil, forçou as concorrentes a reduzirem preços e aplicar bônus de até R$ 100 mil em seus modelos elétricos.
Estudos recentes indicam que o Dolphin Mini desvalorizou apenas 7,8% entre agosto de 2024 e agosto de 2025 — menos da metade dos 17% registrados pelo Volkswagen Polo, o carro mais vendido do Brasil. Baldy destaca que esse dado desmonta o temor dos consumidores sobre a revenda de elétricos. “Quem compra quer saber se vai ou não perder dinheiro quando for vender o carro no futuro”, afirmou.
<h2>Brasil no centro da estratégia global</h2>
O Brasil é hoje o maior comprador mundial de veículos fabricados na China e tem potencial para se tornar um centro de produção regional. Além da BYD, outras marcas chinesas como GWM, Chery e Changan avançam no mercado nacional. Para o consultor Rogelio Golfarb, ex-presidente da Anfavea e ex-vice da Ford, o sucesso das marcas chinesas está ligado à inovação. “Com design contemporâneo e soluções avançadas de conectividade, elas mudaram a percepção do público”, afirmou.
O especialista ressalta, no entanto, que o grande desafio será consolidar a imagem de luxo. “Luxo está ligado a exclusividade. Isso deve ser percebido na pré-venda, na venda e no pós-venda. Todos os pontos de contato da marca precisam transmitir essa sensação”, destacou Golfarb.
<h2>BYD no Brasil: uma década de trajetória</h2>
A BYD chegou ao Brasil em 2015, inicialmente focada em ônibus, caminhões elétricos e painéis solares. A virada ocorreu em 2021, com o lançamento de carros de passeio como o SUV Tan EV e, posteriormente, o Song Plus e o Dolphin — modelo que impulsionou a eletrificação no mercado nacional.
Hoje, a empresa oferece a maior linha de veículos eletrificados do Brasil: oito modelos 100% elétricos e cinco híbridos. A BYD se consolidou como símbolo de inovação, eficiência energética e preço competitivo, desafiando as montadoras tradicionais e projetando o País como um polo de mobilidade sustentável na América Latina.

BYD pretende liderar o mercado automotivo brasileiro até 2030, diz vice-presidente da marca

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (9) que é “uma questão de dias” para que os “bilionários” e “ricaços” do Brasil passem a pagar os impostos que “merecem”. A declaração foi feita durante a inauguração da fábrica da BYD em Camaçari, na Bahia, em cerimônia que reuniu trabalhadores e autoridades, segundo <a href="https://valor.globo.com/brasil/noticia/2025/10/09/lula-diz-que-e-uma-questao-de-dias-para-que-ricacos-tenham-que-pagar-impostos-que-merecem.ghtml?utm_source=aplicativoValor&amp;utm_medium=aplicativo&amp;utm_campaign=compartilhar">reportou o Valor Econômico</a>.
Lula voltou a criticar a decisão da Câmara dos Deputados de barrar a votação da medida provisória (MP) que previa uma nova forma de taxação sobre operações financeiras, substituindo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Diante do público, o presidente defendeu que o país não pode continuar permitindo que a classe trabalhadora pague mais impostos do que os super-ricos.
&nbsp;“Uma parte do Congresso votou contra a taxação que queríamos fazer dos bilionários desse país. E vocês [público] não podem ficar quietos. Se um trabalhador pode pagar 27,5% [de Imposto de Renda], por que um ricaço não pode pagar 18%? Ainda fizemos acordo para 12% e eles não quiseram pagar. Eles podem saber que é uma questão de dias, eles vão pagar o imposto que merecem aqui no Brasil porque o povo trabalhador não vai deixar isso barato”, declarou Lula.
<h2>Justiça fiscal e valorização do trabalho</h2>
O presidente reforçou que a luta por justiça fiscal é uma prioridade do governo e que a resistência da elite econômica em contribuir proporcionalmente à sua riqueza é um obstáculo ao desenvolvimento do país. Lula destacou que a reforma tributária deve garantir que quem ganha mais pague mais, e quem ganha menos seja aliviado da carga tributária desproporcional.
Durante o discurso, ele também celebrou a inauguração da nova unidade da BYD — uma das maiores fabricantes de veículos elétricos do mundo — como um marco da reindustrialização e da valorização do trabalhador brasileiro.
<h2>Reunião para discutir taxação sobre o sistema financeiro</h2>
Mais cedo, em entrevista à Rádio Piatã, da Bahia, Lula havia antecipado que reunirá sua equipe na próxima semana para debater novas propostas de taxação sobre o sistema financeiro, especialmente sobre as fintechs, que, segundo ele, já superam os bancos tradicionais em tamanho e lucratividade.
&nbsp;“Eu volto na quarta-feira para Brasília e vou reunir o governo para discutir como é que a gente vai propor que o sistema financeiro, sobretudo as fintechs — que têm fintechs hoje maiores do que banco — pague o imposto devido a esse país”, afirmou.
Lula também contou que conversou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, após a derrota da MP, pedindo que ambos mantivessem a calma.
<blockquote>&nbsp;“Nós vamos relaxar, não vamos perder o nosso final de semana discutindo o que aconteceu no Congresso Nacional”, disse.</blockquote>
<h2>Reforma tributária e combate à desigualdade</h2>
A declaração de Lula ocorre em meio às negociações do governo com o Congresso para viabilizar a reforma tributária e garantir que o sistema seja mais progressivo. O presidente tem defendido que a taxação dos mais ricos é fundamental para financiar políticas sociais, equilibrar as contas públicas e reduzir as desigualdades.
Com o tom firme que marcou o discurso em Camaçari, Lula reafirmou sua visão de que o Brasil precisa cobrar mais de quem pode mais. Segundo ele, a justiça fiscal é parte essencial do projeto de reconstrução nacional e da valorização do trabalho como pilar do desenvolvimento.

Poder

“Ricaços vão pagar os impostos que merecem em questão de dias”, diz Lula

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira (9), em Camaçari (BA), da inauguração da nova fábrica da BYD Brasil, que marca o início da produção nacional de veículos elétricos e híbridos da montadora chinesa. O empreendimento, de R$ 5,5 bilhões, é o maior complexo industrial da BYD fora da Ásia e deve gerar até 20 mil empregos diretos e indiretos.
Durante a cerimônia, o presidente destacou o impacto social e simbólico da instalação da empresa no município baiano, que perdeu milhares de postos de trabalho com a saída da Ford, em 2021.
<blockquote> “Essa fábrica representa a recuperação da dignidade do povo de Camaçari e do povo baiano. Isso é soberania e dignidade”, afirmou Lula. “A gente lamentou quando a Ford foi embora, mas como Deus escreve certo por linhas tortas, o que veio para o Brasil será melhor. Não temos preferência por países. O que queremos é uma relação civilizada com o mundo”, acrescentou.</blockquote>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Encontro com os trabalhadores da fábrica da BYD, inaugurada hoje em Camaçari (BA). Com investimento total de R$ 5,5 bilhões, essa é a maior fábrica da montadora fora da Ásia, e tem potencial de gerar 20 mil empregos, entre diretos e indiretos. 📸 <a href="https://twitter.com/ricardostuckert?ref_src=twsrc%5Etfw">@ricardostuckert</a> <a href="https://t.co/M6lZkS9Ozk">pic.twitter.com/M6lZkS9Ozk</a>— Lula (@LulaOficial) <a href="https://twitter.com/LulaOficial/status/1976309000959381566?ref_src=twsrc%5Etfw">October 9, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
O evento contou com a presença de ministros, autoridades locais e executivos da empresa. O presidente global da BYD, Wang Chuanfu, classificou o Brasil como o “cenário ideal” para a expansão da companhia na América Latina, citando o potencial energético e o ambiente favorável à transição verde.
<blockquote> “O Brasil tem vantagens únicas e abundantes de energia limpa, uma sociedade aberta e plural, cidadãos dispostos a abraçar novas tecnologias. Além disso, o governo lançou a Nova Indústria Brasil, focada na inovação e na transição verde, o que cria condições ideais. O Brasil é líder na transformação verde”, declarou o executivo.</blockquote>
<h2>Inovação e empregos</h2>
A fábrica inicia a operação com 350 funcionários já contratados. A previsão é de 2 mil trabalhadores nas próximas semanas e 1,8 mil até o fim do mês. Em plena atividade, o complexo poderá gerar 20 mil empregos, incluindo os indiretos e os de fornecedores e prestadores de serviço.
Durante o evento, foi apresentado o primeiro híbrido plug-in flex do mundo, desenvolvido em parceria entre engenheiros brasileiros e chineses, capaz de operar com etanol, gasolina e energia elétrica. O modelo foi projetado especialmente para o mercado brasileiro e simboliza o avanço tecnológico conjunto entre os dois países.
<blockquote> “A vinda dessa empresa me traz orgulho, porque sei o que é ser trabalhador e ficar desempregado. Sei o que é um homem ou uma mulher levantar de manhã e não ter o que fazer. O trabalho dá dignidade e a certeza de que, no fim do mês, haverá um salário merecido”, afirmou Lula.</blockquote>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Foi um prazer estar com os trabalhadores da BYD. Desejo muito sucesso a cada um de vocês 💚 🎥 <a href="https://twitter.com/ricardostuckert?ref_src=twsrc%5Etfw">@ricardostuckert</a> <a href="https://t.co/ZzkLSzUDgl">pic.twitter.com/ZzkLSzUDgl</a>— Lula (@LulaOficial) <a href="https://twitter.com/LulaOficial/status/1976336236634837295?ref_src=twsrc%5Etfw">October 9, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
<h2>Polo industrial verde</h2>
O complexo de Camaçari tem 4,6 milhões de metros quadrados e abriga uma das linhas de produção mais modernas da América Latina, preparada para fabricar modelos híbridos e 100% elétricos. A planta também recebeu certificação internacional I-REC, que comprova o uso de energia 100% limpa e renovável.
Segundo o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, a instalação da BYD reforça os objetivos do programa Nova Indústria Brasil (NIB), que busca modernizar o parque produtivo com foco em inovação, sustentabilidade e competitividade.
<blockquote> “A BYD vem ao encontro da Nova Indústria Brasil. É uma indústria inovadora, verde e exportadora. Daqui sairão veículos para o mundo todo, em especial para a nossa região”, disse Alckmin.</blockquote>
<h2>Cooperação Brasil-China</h2>
O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, destacou que as relações entre os dois países vivem “a melhor fase histórica”, especialmente na área de energias limpas e tecnologia. A vice-presidente global da BYD e CEO das Américas, Stella Li, afirmou que o investimento simboliza uma “nova era” da indústria automotiva brasileira.
<blockquote> “Hoje celebramos a chegada de uma nova era para a indústria automotiva brasileira. Não apenas de carros elétricos, mas de carros inteligentes, do futuro, construídos por brasileiros, por baianos”, declarou Stella.</blockquote>
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também ressaltou o impacto local:
<blockquote> “O povo baiano vai agarrar essa oportunidade. Já foi anunciada a duplicação do projeto, com a produção de baterias e autopeças. O Brasil volta a sonhar grande”, disse.</blockquote>
<h2>Expansão nacional</h2>
A BYD já tem fábricas em Campinas (SP) e Manaus (AM), e desde 2022 comercializou mais de 170 mil veículos elétricos e híbridos no país. A empresa planeja expandir sua rede para 250 concessionárias até o fim de 2025, consolidando o Brasil como um centro de inovação e exportação para a América Latina.

Guilherme Paladino

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de inauguração da fábrica da BYD. Polo Petroquímico, Camaçari - BA

Nordeste

Lula celebra nova fábrica da BYD: "recuperação da dignidade do povo de Camaçari"

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou nesta quinta-feira (9) a montadora chinesa BYD e fez críticas à Ford, dos Estados Unidos, por não apostar no potencial do Brasil.&nbsp;
Lula participou da inauguração da linha de montagem de veículos da BYD em Camaçari-BA. Em seu discurso, ele elogiou o CEO da empresa, Wang Chuanfu, classificando o executivo como "o gênio do carro elétrico". Chuanfu marcou presença no evento.&nbsp;
"O fato de a Ford ter nos deixado e fato de ele [Chuanfu] ter vindo para cá... Deus escreve certo por linhas tortas. Temos que ganhar essa substituição, porque essa é a tecnologia mais importante", disse Lula, acrescentando que "certamente" a montadora produzirá modelos acessíveis aos trabalhadores brasileiros.
"Queremos vender no continente africano, indo da Cidade do Cabo a Cabo Verde. Queremos daqui do Brasil continuar a vender carro para o mundo todo", projetou Lula.&nbsp;
O presidente concluiu: "Lamentamos muito a saída da Ford, mas como Deus escreve certo por linhas tortas, o que veio ao Brasil será melhor do que os que saíram do Brasil".&nbsp;
Projetado para ser o maior complexo industrial da empresa fora da Ásia, o empreendimento recebeu investimentos de R$ 5,5 bilhões. A nova planta em Camaçari tem capacidade inicial para produzir 150 mil veículos por ano e 300 mil em uma segunda etapa. A BYD é a maior fabricante de veículos elétricos e híbridos do mundo.
Desde o início de outubro, 350 trabalhadores foram contratados, com a previsão de alcançar 1,8 mil até o fim do mês e 2 mil nas semanas seguintes. Quando estiver em pleno funcionamento, o complexo terá potencial de gerar 20 mil empregos, entre diretos e indiretos, incluindo funcionários, prestadores de serviço e fornecedores, de acordo com comunicado do Palácio do Planalto desta quinta-feira.&nbsp;

Leonardo Sobreira

Lula alfineta a Ford e exalta a BYD por apostar no Brasil: "será melhor"

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mostrou otimista quanto à resolução dos conflitos entre o Brasil e os Estados Unidos. Em declaração dada nesta quinta-feira (9), durante a inauguração de uma nova fábrica da montadora chinesa BYD, localizada em Camaçari, na Bahia, o presidente afirmou que acredita que as questões pendentes com o governo dos EUA serão resolvidas em breve.
"Não temos preferência por países. Queremos estabelecer uma relação civilizada com o mundo. Por isso defendemos o multilateralismo, por isso não concordamos com a posição dos EUA de taxar os produtos brasileiros com base em coisas que não eram verdadeiras e, graças a Deus também, aquilo que parecia impossível: eu tive uma conversa com o presidente Trump [presidente dos Estados Unidos, Donald Trump] na segunda-feira (6) por meia hora por telefone e acho, também, que nosso problema com os EUA será resolvido. A gente quer estar bem com a China, com os Estados Unidos, com a Argentina, com o Uruguai, com a Bolívia. Não queremos estar mal com nenhum país", disse Lula.7
<h2>Sul Global&nbsp;</h2>
"Em seu discurso, Lula também afirmou que continuará fortalecendo a relação com a China e trabalhando em prol do Sul Global. "Eu me considero amigo do presidente Xi Jinping e tenho certeza que ele se considera amigo do Brasil porque nos tratamos como dois países importantes do Sul Global e não aceitamos que ninguém meta o dedo no nosso nariz. Queremos ser respeitados e tratados com muita decência", &nbsp;disse o presidente.&nbsp;

Paulo Emilio

Economia

Tarifaço: 'acredito que nosso problema com os EUA será resolvido', diz Lula na Bahia

247 - &nbsp;O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da inauguração da nova planta da BYD em Camaçari, na Bahia, nesta quinta-feira (9), marcando um passo significativo para a indústria automotiva brasileira. A fábrica, que será a base para a produção de veículos elétricos e híbridos, recebeu um investimento de R$ 5,5 bilhões (aproximadamente US$ 950 milhões).
Lula, ao lado de autoridades como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente da BYD, Wang Chuanfu, destacou a importância do projeto para o desenvolvimento econômico do Brasil, principalmente em termos de geração de empregos qualificados.
Durante sua fala, o presidente fez um paralelo entre o passado e as oportunidades que surgem para os brasileiros, afirmando que a chegada de grandes investimentos, como o da BYD, representa um marco para o país. Lula ressaltou a capacidade do trabalhador brasileiro em aprender rapidamente, lembrando uma conversa com um diretor da Ford durante a instalação da empresa no Brasil.
&nbsp;“Eu lembro que quando a Ford veio se implantar aqui, o diretor mundial da Ford esteve aqui no Brasil e ele disse pra mim, presidente, Lula é impressionante aquilo que os americanos levam muito tempo para aprender, um trabalhador brasileiro em 90 dias ele já está fazendo com a maior percepção”.
Ele continuou enfatizando a importância da educação e da formação de mão-de-obra qualificada para o Brasil competir no cenário global. “O que o povo brasileiro precisa é oportunidade, é chance e é por isso que nós estamos investindo em universidade. É por isso que nós estamos fazendo mais oito institutos federais aqui na Bahia. Institutos federais para produzir mão-de-obra qualificada para que o Brasil possa competir internacionalmente com qualquer país do mundo.”
Lula ainda destacou a vontade do país em expandir suas exportações, não mais apenas de commodities, mas também de inteligência e conhecimento. “A gente não quer parar de exportar commodities, mas a gente quer exportar inteligência, a gente quer exportar conhecimento, a gente quer exportar valor agregado e por isso que a gente vai continuar fortalecendo a nossa relação com a China.”
O presidente também falou sobre a importância do respeito e da parceria entre os países, frisando sua amizade com o presidente chinês Xi Jinping. “Eu posso dizer pra vocês que eu me considero amigo do presidente Xi Jinping e tenho certeza que ele se considera amigo do Brasil porque nós nos tratamos como dois países importantes do sul global e não aceitamos que ninguém meta o dedo no nosso nariz.”
O evento simboliza mais do que a chegada de uma nova planta industrial; ele representa, segundo Lula, a recuperação da dignidade do povo brasileiro. Em seu discurso, ele refletiu sobre a importância de ter um emprego digno e as transformações que isso traz para a vida das pessoas. “Eu sei o que é ser trabalhador e ficar desempregado. Eu sei o que é um homem ou uma mulher casado, levantar de manhã, não tem o que fazer, sair pra procurar emprego, não tem emprego pra ele trabalhar e voltar pra casa de tarde e cansado, sem esperança de ter emprego.”
A inauguração da planta da BYD é um marco importante para o Brasil, principalmente no que tange à produção de veículos sustentáveis. Com uma capacidade inicial de produção de até 150 mil veículos por ano, a planta promete gerar milhares de empregos diretos e indiretos. “É isso que essa fábrica representa pra mim: a recuperação da dignidade do povo de Camaçari e do povo baiano. É o direito de vocês andarem de cabeça erguida, poder renovar a casa de vocês, poder comprar um móvel novo.”
Além de consolidar a presença da BYD no Brasil, o projeto reflete também o compromisso da empresa com a sustentabilidade. A fábrica recebeu a certificação I-REC, que garante que toda a eletricidade utilizada seja proveniente de fontes renováveis. Com a produção do modelo BYD Dolphin Mini, o carro elétrico mais vendido no Brasil, e outros modelos híbridos, a planta está alinhada com os objetivos do Brasil em sua transição para uma economia de baixo carbono.

Otávio Rosso

Lula durante visita à linha de montagem de veículos da BYD. Polo Petroquímico, Camaçari - BA.

Foto: Ricardo Stuckert / PR

Sul Global

Vamos continuar fortalecendo nossa relação com a China, diz Lula

247 - O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), celebrou nesta quinta-feira (9), durante a inauguração do mais novo complexo da BYD Brasil em Camaçari, Bahia, o início da produção de veículos elétricos e híbridos no país. A planta, que se tornará a maior unidade da montadora fora da Ásia, representa um marco na indústria automobilística brasileira e reforça o Brasil como centro estratégico para a empresa na América Latina. O investimento de R$ 5,5 bilhões, destinado à construção da fábrica, promete transformar o cenário industrial do setor automotivo no país.
Durante seu discurso, Rui Costa destacou a importância histórica da nova fábrica para a Bahia e para o Brasil, lembrando que a unidade foi negociada e fechada durante o governo anterior. “Estamos aqui hoje por dois motivos: o primeiro, porque o povo baiano e o povo brasileiro elegeram Luiz Inácio Lula da Silva presidente da República”, iniciou o ministro.&nbsp;
Costa lembrou que, ao longo do último governo, a fábrica foi estabelecida, mas foi alvo de uma reação cínica por parte de certos setores. “Essa fábrica foi fechada no governo passado. Além de não moverem uma palha, vimos um sorriso cínico de quem comemorava dizendo: ‘agora eles se deram mal’. A mesma turma que votou ontem contra o Brasil na Câmara foi a que comemorou o fechamento da Ford”, disse.
Rui Costa, então, fez questão de ressaltar que o governo atual, com o apoio do povo baiano, trabalhou para reverter o cenário de adversidade e retomar o desenvolvimento econômico. “O povo baiano ajudou muito a colocar de volta o maior presidente deste país”, completou.
Em seguida, o ministro fez um agradecimento especial à China, destacando a importância do país para o crescimento global, especialmente no setor tecnológico. “Quero agradecer e expressar minha sincera admiração pelo que o povo chinês fez e faz nos últimos 50 anos”, afirmou. Costa comparou a transformação da China, que em poucas décadas passou de um país empobrecido a uma potência mundial em tecnologia, com o esforço do povo baiano para superar as dificuldades econômicas da região. “Esse povo, assim como o povo chinês, tem se esforçado para transformar essa região historicamente marcada por indicadores sociais negativos”, comentou.
Em um momento de emoção, o ministro também destacou a importância da diversidade e da integração entre culturas no local de trabalho da nova unidade da BYD. “Aqui, talvez esteja o sonho que o presidente Lula verbalizou na ONU, de uma humanidade que compartilha oportunidades. Ver negros, baianos e jovens, com rostos chineses, trabalhando nesta unidade é um motivo de orgulho para quem sonha com uma sociedade unida”, concluiu Costa, reforçando o simbolismo da fábrica como um espaço de cooperação internacional e progresso conjunto.
A cerimônia de inauguração marcou um novo capítulo na relação entre Brasil e China, com a BYD consolidando sua presença estratégica na Bahia, oferecendo novas oportunidades econômicas para a região e reafirmando o Brasil como um centro de inovação e produção no setor de veículos elétricos.

Rui Costa celebra BYD na Bahia e agradece China por ‘compartilhar oportunidades’

247 - A montadora chinesa BYD deu um passo importante na sua expansão no Brasil, com a inauguração de mais uma etapa de sua fábrica em Camaçari, na Bahia. A partir desta quinta-feira (9), a empresa dará início à distribuição de veículos montados localmente. Os carros que estavam parcialmente montados no regime SKD (Semi Knocked Down) começam a ser entregues às concessionárias a partir da próxima semana, dando sequência ao processo de nacionalização da produção no Brasil.
Segundo a<a href="https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/10/byd-inicia-na-proxima-semana-distribuicao-de-veiculos-montados-em-camacari.shtml"> Folha de S. Paulo</a>, o início da produção no regime SKD aconteceu na última semana de julho, pouco após a obtenção da licença ambiental necessária. Este modelo de produção, que implica em veículos parcialmente montados, é apenas a primeira fase de um processo mais amplo.&nbsp;
A empresa já tem planos para avançar para o regime CKD (Completely Knocked Down) em 2026, quando os carros chegarão totalmente desmontados da China. Com isso, a montadora poderá expandir a produção local, o que deve gerar mais incentivos fiscais e reduzir o Imposto de Importação.
<h2>Planos de nacionalização e expansão</h2>
A BYD está investindo fortemente na nacionalização de sua produção. A empresa anunciou que sua meta é ter 50% dos componentes dos veículos fabricados no Brasil até 2027. Para isso, foi criado o programa "BYD Quer Conhecer Você", cujo objetivo é incentivar a instalação de novos fornecedores na região de Camaçari. Até o momento, a única parceria confirmada é com a Continental, fabricante de pneus.
<h2>Apoio governamental e desafios fiscais</h2>
O evento de inauguração, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de autoridades da indústria. Contudo, a BYD enfrentou desafios institucionais ao longo de 2025, especialmente em relação às questões fiscais. Ainda de acordo com a reportagem, no início do ano, a empresa pediu ao governo a redução do Imposto de Importação para kits SKD e CKD, mas a solicitação não foi totalmente atendida. O governo decidiu antecipar a volta da alíquota plena de 35% para janeiro de 2027, embora tenha concedido isenções fiscais temporárias para veículos eletrificados.

Um veículo de nova energia da BYD em exibição em Camaçari, no estado da Bahia, Brasil, em 1º de julho de 2025.  (Foto de Lucio Tavora/Xinhua)

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