Com Lula, Ibovespa avança e bate novo recorde
Mercado reage a números abaixo do esperado do emprego americano e aumenta apostas de corte de juros pelo Fed
247 - O desempenho dos mercados financeiros nesta quarta-feira (3) foi marcado pela forte reação a dados mais fracos do que o esperado sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, que aumentaram a percepção de desaceleração da economia norte-americana. Nos primeiros parágrafos do dia, cresceu entre os investidores a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) deverá reduzir os juros já na próxima semana, com probabilidade próxima a 90%.
A leitura mais branda do payroll privado contribuiu para impulsionar os principais índices acionários no Brasil e em Nova York, ao mesmo tempo em que pressionou o dólar, que manteve movimento de queda global pelo nono pregão consecutivo.
Ibovespa toca máximas históricas e fecha com dois recordes
Após oscilar no começo do pregão, o Ibovespa alcançou nova máxima histórica intradiária ao se aproximar dos 162 mil pontos. A força inicial perdeu intensidade durante a tarde, mas voltou a ganhar tração perto do encerramento, impulsionada sobretudo pelo avanço das ações da Vale.
O índice terminou o dia com dois recordes: o intradiário, aos 161.963 pontos, e o nominal de fechamento, aos 161.755 pontos, alta de 0,41%. A Vale registrou valorização de 3,23%, ultrapassando novamente o patamar dos R$ 70 e movimentando mais de R$ 2 bilhões na sessão.
Bolsas de NY avançam com expectativa firme de corte de juros
Em Nova York, os principais índices encerraram em alta após um dia de volatilidade. Os investidores interpretaram os dados do setor privado como reforço à possibilidade de uma redução das taxas de juros na próxima reunião do Fed. O Dow Jones fechou em alta de 0,86%, o S&P 500 subiu 0,30% e o Nasdaq avançou 0,17%.
Juros futuros sobem levemente antes da divulgação do PIB
Os juros futuros brasileiros tiveram alta moderada, em um movimento de correção após a forte queda registrada na véspera. Sem grandes fatores domésticos influenciando o pregão, o foco esteve na divulgação do PIB do terceiro trimestre, considerada determinante para calibrar as expectativas sobre o início de um ciclo de cortes da taxa Selic. O DI para janeiro de 2027 subiu para 13,605%, o DI de 2029 avançou a 12,715% e o DI de 2031 fechou em 12,935%.
Dólar cai e se aproxima das mínimas do ano
O dólar à vista encerrou o pregão em queda de 0,33%, cotado a R$ 5,3125, acompanhando o movimento global de desvalorização da moeda americana. A divulgação dos dados de emprego nos EUA reforçou a expectativa de corte de juros e contribuiu para reduzir a demanda por ativos considerados mais seguros.
Petróleo avança com incerteza sobre negociações de paz na Ucrânia
Os preços do petróleo registraram alta diante do impasse nas conversas sobre um eventual acordo para a guerra na Ucrânia. Embora autoridades russas tenham classificado as discussões com os norte-americanos como “muito produtivas”, não houve avanços suficientes para sinalizar um entendimento, o que mantém a perspectiva de restrições prolongadas sobre a oferta de petróleo russo.
O Brent para fevereiro fechou em US$ 62,67, alta de 0,35%, enquanto o WTI para janeiro subiu 0,53%, a US$ 58,95.
Vale supera R$ 70 e movimenta mais de R$ 2,3 bilhões
As ações da Vale voltaram a ultrapassar o nível dos R$ 70, um patamar não visto desde fevereiro de 2023. Às 17h15, os papéis registravam alta de 3,69%, cotados a R$ 71,03, acompanhando o avanço de mineradoras como BHP e Rio Tinto no exterior. O volume financeiro atingiu R$ 2,3 bilhões — bem acima do R$ 1,5 bilhão negociado no pregão anterior.



