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“Diploma tem menos relevância”, diz Tarcísio ao defender ensino técnico

Governador de SP afirma que mercado prioriza habilidades e amplia oferta de formação profissional na rede estadual

Tarcísio de Freitas (Foto: João Valério/Governo de São Paulo)

247 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quinta-feira (13) que o mercado de trabalho tem dado cada vez menos peso ao diploma e passado a focar nas habilidades dos candidatos na hora da contratação. Durante evento sobre a expansão do ensino médio técnico na rede estadual paulista, ele disse: “A gente está dando uma coisa pra vocês que é fundamental: ferramenta. O mercado é cada vez mais exigente, mais seletivo e menos desapegado dos diplomas. Diploma cada vez tem menos relevância, a competência tem cada vez mais relevância. O mercado está cada vez mais interessado em saber o seguinte: quais são as suas habilidades e menos interessado em onde você se formou”.

As declarações foram dadas em cerimônia acompanhada pelo portal Metrópoles, que registrou o discurso de Tarcísio e os anúncios da Secretaria da Educação sobre a ampliação da oferta de ensino técnico nas escolas estaduais. O evento teve como foco a estratégia do governo paulista de aproximar a formação dos estudantes das exigências atuais do mercado de trabalho.

Segundo Tarcísio, os alunos da rede estadual estão recebendo, ainda na escola, as ferramentas necessárias para ingressar no mundo do trabalho com mais qualificação. Na sequência, o governador reforçou que a rede vem sendo equipada para esse objetivo e afirmou que as escolas estão “enchendo” os estudantes das ferramentas fundamentais para que possam se desenvolver bem ao longo da vida profissional.

No encontro, a Secretaria da Educação anunciou a meta de alcançar 230 mil alunos matriculados no ensino médio técnico em 2026. O número representa um aumento de 85,48% em relação às atuais 124 mil matrículas nessa modalidade. A ampliação, apesar de expressiva, ainda fica distante do objetivo inicial apresentado no começo da gestão pelo secretário da Educação, Renato Feder, que falava em concluir o governo com metade dos mais de 1 milhão de estudantes do ensino médio cursando o técnico.

Questionado pelo Metrópoles sobre a diferença entre o plano original e o novo patamar projetado, Feder afirmou que a meta de chegar a 50% dos estudantes no ensino técnico é de longo prazo. “Essa meta não era para os primeiros anos de gestão. Era uma meta a longo prazo, porque mesmo quando você olha para a Europa, é difícil subir dos 50%. Então, eu vejo que em alguns anos, São Paulo vai chegar a 50%”, declarou o secretário.

A pasta informou que, ao somar os estudantes do ensino médio técnico da rede estadual com aqueles matriculados nas Escolas Técnicas (Etecs) do Centro Paula Souza, São Paulo passará a ter 321 mil jovens na educação profissional. Esse contingente equivaleria a cerca de 40% dos alunos do 2º e 3º anos do ensino médio, última etapa da educação básica.

O número de escolas estaduais que oferecem ensino profissionalizante também será ampliado. De acordo com a Secretaria da Educação, a rede passará de 1.813 para 2.212 unidades com cursos técnicos, em diferentes formatos de parceria e organização curricular. Para Tarcísio, esses indicadores mostram que a política adotada está alinhada às demandas de empregadores e estudantes. Durante o evento, ele afirmou que os resultados e a adesão às formações técnicas indicam que o governo está “na direção certa”.

Atualmente, os alunos das escolas estaduais podem fazer o ensino técnico de duas maneiras principais. Em uma delas, têm aulas com professores da própria Secretaria da Educação e de Etecs dentro das unidades em que já cursam o ensino médio regular. Na outra, frequentam cursos ministrados por docentes do Senai e do Senac, nas instalações dessas instituições, enquanto seguem matriculados na rede estadual.

A Secretaria da Educação oferece hoje nove cursos técnicos dentro das escolas estaduais, em áreas como administração, desenvolvimento de sistemas e vendas. A partir do próximo ano letivo, segundo a pasta, serão incluídas formações em meio ambiente e eletrônica, ampliando o leque de opções. A distribuição dos cursos varia conforme o perfil de cada escola e da região em que está localizada.

Os estudantes matriculados em unidades parceiras do Senai e do Senac contam com oferta mais ampla de cursos técnicos, mas a participação do chamado Sistema S ainda é limitada: essas vagas representam cerca de 15% do total. A aposta principal do governo paulista, portanto, recai sobre a expansão da própria rede estadual e das Etecs, com a expectativa de que a combinação entre ensino médio e formação profissional aumente a empregabilidade dos jovens e responda às mudanças no mercado de trabalho apontadas por Tarcísio.

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