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Lula diz que nunca esteve tão otimista para fechar o acordo União Europeia-Mercosul como agora

Em entrevista, ele também apontou a liderança do Brasil na transição energética

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

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247 – Nesta quarta-feira, 25 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva compartilhou com a imprensa suas impressões sobre uma série de compromissos internacionais realizados nos Estados Unidos, incluindo a 79ª Sessão da Assembleia Geral da ONU e reuniões bilaterais com líderes mundiais. Em uma entrevista coletiva, o presidente apresentou um balanço de sua visita oficial, destacando o otimismo em relação ao acordo entre União Europeia e Mercosul, além de apontar a liderança do Brasil na transição energética.

“Nunca estive tão otimista com o acordo União Europeia-Mercosul. Ontem, eu disse à Ursula von der Leyen que o Brasil está pronto para assinar o acordo, que agora a responsabilidade é toda da União Europeia e não do Brasil”, declarou Lula. Segundo o presidente, o impasse que durou duas décadas agora depende exclusivamente da ação europeia.

O presidente sugeriu que a assinatura do acordo ocorra durante a Cúpula do G20, que será realizada em novembro no Rio de Janeiro, ou em uma reunião na sede da União Europeia. "Temos muitos outros acordos para fazer", disse ele, mencionando também a necessidade de ampliar as relações comerciais com países como a Índia e fortalecer a cooperação com a China e os vizinhos latino-americanos.

Mudanças na ONU e o G20

Durante a entrevista, Lula também enfatizou a importância de reformas nas Nações Unidas, particularmente no Conselho de Segurança. Para o presidente, a inclusão de mais países e o fim do direito de veto seriam passos fundamentais para tornar a organização mais eficaz na resolução de conflitos globais. "Todo mundo sabe que o Brasil tem insistido na necessidade de renovar as Nações Unidas", disse Lula, que ainda ressaltou que a governança global está "à deriva".

O Brasil, que este ano exerce a presidência do G20, liderou a adoção de um "Chamado à Ação sobre a Reforma da Governança Global" durante a reunião de ministros das Relações Exteriores do grupo. Lula afirmou que o G20 de novembro no Rio de Janeiro será especial, tanto pela localização quanto pela inclusão de uma agenda voltada para movimentos sociais globais.

Liderança na transição energética

Outro ponto de destaque foi o papel do Brasil na transição energética global. “Nenhum país tem as condições que o Brasil tem para ser exemplo na produção da energia mais limpa do planeta”, afirmou Lula, mostrando confiança de que o potencial brasileiro será aproveitado ao máximo. O presidente reforçou a necessidade de alinhar as políticas econômicas com a sustentabilidade, e apontou que essa transição energética será um dos motores para alavancar a economia nacional.

Combate à fome e à pobreza

Durante sua agenda nos Estados Unidos, Lula também abordou a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que será oficialmente lançada na Cúpula do G20. "Para a minha alegria, a Aliança tem sido um sucesso, com vários países demonstrando interesse em participar", comentou o presidente. O Brasil apresentará exemplos de políticas públicas bem-sucedidas, como o Bolsa Família, que também lhe rendeu reconhecimento na premiação Goalkeepers, organizada pela Fundação Bill e Melinda Gates.

Reuniões com investidores

Além das reuniões diplomáticas, Lula teve encontros com empresários e agências de classificação de risco, destacando o interesse de investidores no Brasil. "A economia brasileira está surpreendendo o mercado. As pessoas estão percebendo que a economia vai crescer e que as políticas de inclusão social vão continuar", disse o presidente, reafirmando o compromisso com o crescimento sustentável e a redução das desigualdades.

Por fim, Lula destacou o evento “Em Defesa da Democracia”, promovido em parceria com a Espanha. "Chamei os democratas para discutir onde a democracia errou", disse o presidente, ao refletir sobre o avanço de extremistas que questionam sistemas democráticos. Ele ressaltou que a democracia é essencial, lembrando sua própria trajetória como metalúrgico que chegou à presidência do Brasil.

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