Lula e Trump se reúnem por 50 minutos; "haverá boas notícias", diz presidente brasileiro
"Vamos chegar a um acordo", disse o presidente dos EUA
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniram neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, para discutir os rumos da relação econômica entre os dois países. O encontro, que durou cerca de 50 minutos,considerado estratégico, ocorreu às 15h30 (horário local) — 4h30 em Brasília — no Centro da Cidade de Kuala Lumpur (KLCC) e contou com ministros e diplomatas dos dois governos.
“Vamos chegar a um acordo”, declarou o presidente estadunidense pouco antes da reunião, de acordo com O Globo. Lula, por sua vez, afirmou que “haverá boas notícias” após a reunião, demonstrando otimismo quanto aos próximos passos do diálogo bilateral.
Encontro de alto nível em Kuala Lumpur
A comitiva brasileira foi formada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira; o titular do MDIC, Márcio Elias Rosa; e o diplomata Audo Faleiro, integrante da equipe do assessor especial da Presidência, Celso Amorim.
O principal tema do encontro foi o tarifaço imposto por Washington sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, questão que tem gerado atritos e impactos significativos no comércio exterior do país.
Durante o encontro, uma repórter questionou Trump sobre a possível menção a Jair Bolsonaro (PL). O líder americano respondeu: “None of your business” (“não é do seu interesse”, em tradução livre). O episódio reforçou o tom reservado das conversas, voltadas exclusivamente para temas comerciais e diplomáticos.
América Latina e o desafio das sanções
Ainda segundo a reportagem, além das tarifas, as sanções impostas por Washington a cidadãos brasileiros e a ofensiva estadunidense contra os governos de Nicolás Maduro, na Venezuela, e Gustavo Petro, na Colômbia, também estiveram em pauta.
Essas ações aumentaram as tensões regionais e colocaram o Brasil em posição delicada entre o pragmatismo econômico e a defesa da soberania latino-americana. Lula busca conciliar a retomada de laços com os Estados Unidos com a manutenção de uma política externa independente, baseada na solidariedade entre os países vizinhos.
O dólar e o futuro do Brics
Outro ponto de destaque que estava no radar do encontro é o papel do dólar nas relações comerciais internacionais. Lula defende a redução da dependência da moeda norte-americana nas transações entre os países do Brics — bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.Trump, porém, diverge do posicionamento brasileiro e já chegou a ameaçar elevar as tarifas sobre produtos dos países do bloco, caso a proposta avance.



