Lindbergh defende taxação de setores privilegiados e admite resistências no Congresso
Líder do PT afirma que governo busca justiça fiscal e rebate oposição em meio à votação de projeto econômico
247 - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), defendeu o aumento da tributação sobre setores de maior poder econômico e reconheceu que o governo enfrentará resistência no Congresso para aprovar o pacote de medidas fiscais. “Sabemos das resistências, mas queremos fazer esse debate com a oposição, mostrar que eles são contra a cobrança de imposto de setores privilegiados da economia”, afirmou o deputado. As informações são de Valdo Cruz, do g1.
Enquanto o Palácio do Planalto aposta na aprovação do projeto de corte de gastos e fechamento de brechas na compensação de créditos de PIS e Cofins, estimado em R$ 25 bilhões de economia, há bem menos otimismo em relação ao segundo texto — que amplia a arrecadação por meio de novas taxações sobre fintechs, casas de apostas e juros sobre capital próprio.
O projeto de corte de despesas deve ser votado nesta quarta-feira (29) e é considerado essencial para reforçar o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. Já o texto que trata do aumento de receitas ainda enfrenta forte resistência entre deputados, inclusive entre aliados, que temem desgaste político em um ano pré-eleitoral.
Parlamentares lembram que a Medida Provisória 1303, que previa medidas semelhantes para ampliar a arrecadação, perdeu validade após falta de consenso. Mesmo assim, o governo planeja enviar o novo projeto em regime de urgência nos próximos dias, numa tentativa de acelerar o debate e conter a obstrução da oposição.
Entre as iniciativas em análise, está o projeto de atualização patrimonial, que prevê a cobrança de Imposto de Renda sobre a correção do valor de imóveis. A proposta, segundo técnicos da área econômica, garantiria arrecadação imediata, mas reduziria o imposto a ser pago no futuro, no momento da venda do bem.
Para Lindbergh Farias, a discussão é uma oportunidade de tornar o sistema tributário mais justo. “Não estamos falando de aumentar impostos da classe média ou dos trabalhadores. Queremos corrigir distorções e cobrar de quem pode contribuir mais”, destacou o parlamentar.



