Governo Lula testa no RN projeto contra facções
Iniciativa do Ministério da Justiça, em parceria com a USP, busca retomar territórios dominados e integrar ações sociais e de segurança
247 - O Ministério da Justiça iniciou um projeto-piloto no Rio Grande do Norte para combater o avanço de facções criminosas, com foco na retomada de áreas dominadas e na reestruturação de serviços públicos. A primeira ação foi realizada em outubro, em uma comunidade potiguar, com apoio das forças de segurança estaduais e federais.
Segundo o jornal O Globo, a iniciativa é fruto de uma parceria do governo federal com a Universidade de São Paulo (USP). O estado, administrado por Fátima Bezerra (PT), foi escolhido para a fase inicial do programa, que poderá ser expandido a outras regiões do país caso apresente resultados positivos.
Segundo o Ministério da Justiça, o projeto busca integrar operações policiais com políticas públicas de assistência, saúde, educação e urbanismo. A proposta é promover uma “retomada inteligente” dos territórios, combinando a presença policial com a reconstrução do tecido social e institucional das comunidades.
O secretário Nacional de Segurança, Mário Sarrubbo, explicou que a estratégia foi pensada a partir de um modelo científico e de ampla colaboração com a sociedade civil. “É um projeto científico, construído com diálogo com universidade e sociedade civil, que tem como fundamento a inteligência e a retomada por força policial, serviços entrando no território. A polícia entra, satura e depois entram os serviços públicos, e a polícia vai saindo aos poucos”, afirmou.
A operação realizada em outubro contou com a participação da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e do Ministério Público do Rio Grande do Norte. O objetivo principal foi prender lideranças criminosas e restabelecer o controle estatal em áreas sob influência do tráfico.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, pretende divulgar em dezembro os primeiros resultados do programa “Território Seguro”. Caso o modelo se mostre eficaz, o governo planeja replicá-lo em outras regiões do país, especialmente nas mais afetadas pela violência urbana e pela atuação de facções criminosas.


