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Carros da Enel são flagrados parados enquanto mais de 1 milhão seguem sem energia em São Paulo

O blecaute ocorreu após uma ventania considerada inédita pelos meteorologistas

Enel (Foto: Divulgação)

247 - Em meio ao maior apagão registrado recentemente na capital paulista, imagens exibidas pela TV Globo flagraram dezenas de carros da concessionária Enel parados no pátio da empresa, mesmo enquanto mais de 1 milhão de moradores amanheciam sem energia elétrica nesta quinta-feira (11). A situação gerou críticas à atuação da distribuidora, já pressionada pela sucessão de falhas no fornecimento de energia no estado.

De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), 235 semáforos permaneciam apagados por falta de energia, 20 estavam inoperantes por falhas e outros 5 operavam apenas com sinal amarelo piscante. A consequência foi um início de manhã caótico: às 7h, a cidade registrava 203 quilômetros de lentidão, um dos maiores índices do ano.

A interrupção de energia também impactou o fornecimento de água em diversas regiões. A Prefeitura informou que todos os parques municipais amanheceram fechados, e que a reabertura ainda nesta quinta-feira será avaliada caso a caso, conforme a situação de segurança de cada área.

Ventania histórica e sem precedentes

O blecaute ocorreu após uma ventania considerada inédita pelos meteorologistas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), esta é a primeira vez que a capital registra rajadas tão fortes sem chuva ou temporais associados.

O vento começou na manhã de quarta-feira (10) e permaneceu intenso até a noite, um comportamento incomum que surpreendeu especialistas pela duração e constância.

Em outras ocasiões de ventos extremos, como em setembro — quando o Campo de Marte registrou 98,2 km/h — o fenômeno esteve associado a tempestades. Desta vez, porém, o céu permaneceu estável, com sol entre nuvens e nenhum sinal de chuva, o que reforça o caráter excepcional do evento.

Impactos generalizados e resposta insuficiente

A combinação de ventos extremos e queda prolongada de energia expôs novamente a fragilidade da infraestrutura elétrica da cidade. Com os carros da Enel parados enquanto a população enfrentava apagão, falta de água, risco no trânsito e mobilidade reduzida, aumentaram as cobranças por respostas e ações imediatas da concessionária.

A Enel ainda não esclareceu por que os veículos estavam ociosos no momento em que a demanda por atendimento era crítica.

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