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PF prende sargentos da Pmerj suspeitos de vazar operações para o crime organizado

A corporação detectou a participação de policiais militares que alertavam lideranças criminosas sobre a programação de operações em comunidades dominadas

Agente da Polícia Federal (Foto: Divulgação/PF)

247 - A Polícia Federal desencadeou, nesta segunda-feira (8), uma operação para desarticular um grupo de agentes de segurança suspeitos de colaborar com uma das principais facções criminosas do Rio de Janeiro.

Segundo a Polícia Federal, a Operação Tredo cumpre 11 mandados de prisão temporária e seis de busca e apreensão, todos determinados pela 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio. Até o momento, dois sargentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro foram detidos, além da apreensão de três veículos e celulares utilizados pelos investigados.

As apurações tiveram início a partir do compartilhamento de dados referentes à atuação de um militar da Marinha no fornecimento de drones e no treinamento de membros da facção para manusear o equipamento. A cooperação entre órgãos foi autorizada judicialmente durante a Operação Buzz Bomb, realizada em setembro de 2024.

Com as novas informações reunidas, a PF detectou a participação de policiais militares que alertavam lideranças criminosas sobre a programação de operações nas comunidades dominadas pelo grupo. O objetivo desses vazamentos, segundo a investigação, era permitir que a facção se antecipasse às ações policiais, enfraquecendo a eficácia das forças de segurança.

Entre os alvos identificados está um sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope), responsável pela escalação das equipes que atuam nas incursões. A PF afirma que o cumprimento dos mandados busca aprofundar a apuração e localizar outros possíveis infiltrados no aparato estatal.

A Operação Tredo integra a Missão Redentor 2, iniciativa permanente da Polícia Federal para enfraquecer organizações criminosas no Rio de Janeiro, em alinhamento às diretrizes do Supremo Tribunal Federal estabelecidas na ADPF 635. O nome da operação faz referência ao termo “tredo”, que significa traidor — aquele que rompe a confiança e age de forma desleal.

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