Bolsonaro completa 15 dias preso na PF
Período foi marcado por baixa mobilização de apoiadores e atritos entre o clã Bolsonaro
247 - Jair Bolsonaro (PL) completou neste domingo (7) duas semanas na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e 3 meses por liderar a articulação golpista. O período foi marcado pela pouca mobilização de apoiadores e por tensões crescentes dentro de sua própria família, destaca análise publicada pelo Metrópoles.
Ao longo dos primeiros 15 dias de encarceramento, os atos em defesa de Bolsonaro tiveram presença reduzida. No domingo (30), uma manifestação pró-anistia diante do Museu Nacional da República reuniu apenas um pequeno grupo, que pediu liberdade para Bolsonaro e demais condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A manifestação contou com a presença de apenas uma autoridade, o deputado Marcos Pollon (PL-MS), e teve repercussão limitada.
Ao longo da semana, poucos apoiadores compareceram à sede da PF. A maior movimentação ocorreu em 1º de dezembro, quando três manifestantes protestaram contra a prisão do ex-presidente e defenderam anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Crises na família Bolsonaro reacendem disputas
Enquanto as manifestações permaneciam tímidas, a família Bolsonaro voltou ao centro do noticiário com um conflito público envolvendo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e seus enteados. Ela foi criticada após reprovar a aproximação do diretório do PL no Ceará com Ciro Gomes (PSDB) durante evento partidário em Fortaleza.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que dias depois, na sexta-feira (5), foi anunciado como o escolhido de Jair Bolsonaro para representá-lo nas urnas em 2026, reagiu de forma dura à declaração e afirmou que a fala da madrasta foi “autoritária e constrangedora”, acrescentando que ela “atropelou o próprio presidente Bolsonaro, que havia autorizado o movimento do deputado André Fernandes no Ceará”.
Após a repercussão, Michelle usou o Instagram para reforçar que não apoiaria Ciro Gomes por este ter chamado seu marido de “genocida”. Flávio visitou Bolsonaro na terça-feira (2) e disse à imprensa que ambos conversaram e se desculparam pelo episódio. Em seguida, o senador participou de uma reunião emergencial com Michelle, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN).
O encontro redefiniu os rumos partidários no Ceará. A vitória política ficou com Michelle Bolsonaro: o PL decidiu encerrar a articulação com Ciro Gomes. A ex-primeira-dama também visitou o marido na quinta-feira (4), acompanhada da filha caçula, Laura Bolsonaro, de 15 anos, mas não conversou com a imprensa.



