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Suspeito de roubar obras de Matisse e Portinari é preso em São Paulo

Polícia busca segundo envolvido e tenta recuperar obras raras levadas da Biblioteca Mário de Andrade

Suspeito de roubar obras de Matisse e Portinari é preso em São Paulo (Foto: Reprodução Biblioteca Mario de Andrade)

A Polícia Civil prendeu um dos homens suspeitos de participar do roubo de gravuras raras da Biblioteca Mário de Andrade, no centro de São Paulo. O detido, identificado como Felipe dos Santos Fernandes Quadra, de 31 anos, foi localizado em uma casa na Mooca, na Zona Leste. Segundo o G1, Quadra possui antecedentes por furto, roubo e tráfico de drogas. A polícia já identificou o segundo suspeito, cujo nome não foi revelado, que é considerado foragido.

Prisão acontece após análise de imagens

A 1ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) afirmou, em nota, que segue investigando o caso. “O veículo utilizado na fuga foi localizado, apreendido e encaminhado para perícia técnica. As investigações continuam para identificar o segundo envolvido e localizar as obras subtraídas", informou o órgão.

Vídeos do sistema SmartSampa registraram o deslocamento dos ladrões pela Rua João Adolfo, carregando parte do material furtado. As imagens mostram uma van azul estacionando às 10h43, de onde dois homens saem e caminham pela calçada. Eles retornam ao veículo cerca de um minuto depois. Um dos suspeitos desce novamente e aparece retirando duas telas do interior da van, enquanto o comparsa sai segurando um papel.

Outro ângulo revela que o homem de camiseta clara deixou três telas encostadas no muro no cruzamento da Rua João Adolfo com a Alfredo Gagliotti antes de correr pela via. Ainda não há informações sobre quem recolheu as obras e se os próprios ladrões retornaram para buscá-las. Até o momento, nenhuma peça foi recuperada.

Interpol é acionada para barrar saída das obras

A Prefeitura de São Paulo acionou a Interpol, por meio da Polícia Federal, para impedir que qualquer obra saia do país. A medida foi adotada diante da relevância do material furtado e da possibilidade de rápida circulação no mercado internacional.

Gravuras de Matisse e Portinari seguem desaparecidas

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa informou que oito gravuras de Henri Matisse e cinco de Candido Portinari foram levadas. As peças integravam a exposição “Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade”.

As obras de Matisse furtadas foram Le clown;  Le cirque; Monsieur loyal; Cauchemar de l’Éléphant Blanc; Le Codomas; La nageuse dans l’aquarium; L’avaleur de sabres e Le Cowboy

As gravuras de Portinari pertenciam à série “Menino de Engenho”. A biblioteca havia publicado uma foto da mostra, na qual era possível observar as pranchas expostas do livro Jazz. Os trabalhos de Matisse levados estavam posicionados no canto esquerdo da imagem.

Biblioteca Mário de Andrade e o histórico de furtos

A Biblioteca Mário de Andrade é a segunda maior do país e completou 100 anos em fevereiro. Em 2024, recebeu mais de 207 mil visitantes. Criada como biblioteca municipal e rebatizada em homenagem ao escritor Mário de Andrade em 1960, ela já enfrentou outros episódios de furto, como o de 2006, quando ilustrações do suíço Johann Jacob Steinmann, pertencentes ao livro Souvenirs de Rio de Janeiro, foram subtraídas e posteriormente localizadas no exterior.

A polícia mantém buscas para encontrar o segundo suspeito e recuperar as obras furtadas, enquanto aguarda a conclusão das perícias sobre o veículo apreendido.

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