PP do Paraná veta Sergio Moro para disputar governo estadual e abre crise em federação
Diretório estadual rejeita nome do senador para disputar o pleito estadual de 2026 e decisão pressiona negociações da União Progressista
247 - O diretório estadual do PP no Paraná decidiu, de forma unânime, impedir a homologação da candidatura do ex-juiz suspeito e senador Sergio Moro (União Brasil) ao governo estadual em 2026. O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que não irá interferir na decisão tomada pelo partido no Paraná, reforçando a autonomia da instância estadual. A posição cria um novo obstáculo na construção da federação entre PP e União Brasil, batizada de União Progressista, cuja aprovação já foi solicitada ao Tribunal Superior Eleitoral. As informações são da Folha de S. Paulo.
Impasse após meses de negociações não concluídas
O deputado federal Ricardo Barros (PP) explicou que o veto a Moro resulta de tratativas prolongadas e sem consenso com o União Brasil no estado. Segundo ele, o diálogo interno não avançou. “Havia uma expectativa que pudéssemos nos entender com o União Brasil aqui no Paraná, mas isso não ocorreu ao longo destes sete meses, desde que a federação foi anunciada. Ele [Moro] teve oportunidade de conversar com todos e não conseguiu adesão aqui nas fileiras do Progressistas. É o resultado de meses de diálogo. Mas infelizmente o diálogo não prosperou”, declarou.
O PP integra a base política do governador Ratinho Júnior (PSD), que pretende lançar um nome próprio ao governo estadual em 2026. Nesse cenário, Barros destacou que não há condições de estruturar uma chapa majoritária conjunta dentro da federação. “Como para encaminhar o registro de chapa, é preciso a assinatura do presidente Ciro Nogueira e do presidente Antonio Rueda, no momento, a nossa federação não tem consenso para registrar uma chapa majoritária”, afirmou.
Futuro de Moro e efeitos na federação
O parlamentar também avaliou que Moro deve buscar outra legenda caso pretenda manter sua candidatura ao Palácio Iguaçu. “Eu penso que o senador Sergio Moro será candidato de qualquer forma. Ele está no meio do mandato como senador. Vai concorrer de qualquer maneira e vai procurar um partido que lhe garanta a legenda. Aqui na federação, ele não terá condição de registrar sua candidatura por conta da decisão do diretório estadual do Paraná, que será apoiada pelo senador Ciro, como ele afirmou”, disse Barros.
A decisão paranaense acendeu alertas sobre a estabilidade da futura federação, mas Ciro Nogueira buscou minimizar os efeitos. Questionado sobre possíveis riscos, respondeu: “Espero que não”. O dirigente destacou sua boa interlocução com Antonio Rueda, presidente do União Brasil, e defendeu a necessidade de cooperação. “É uma situação que vamos ter que enfrentar com muito diálogo. Colocando os interesses nacionais acima de qualquer coisa”, afirmou.
Ciro Nogueira reafirma respeito à decisão local
Nogueira reforçou que acolherá integralmente a deliberação do PP no Paraná. “Senador Moro é um grande nome, está liderando as pesquisas, mas jamais ficarei contra a decisão do diretório do Paraná”, declarou. Em seguida, ressaltou a liderança de Ricardo Barros no estado: “Eu costumo dizer que o Ricardo comanda o partido comigo a nível nacional, imagina no Paraná”.


