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Candidata governista Rixi Moncada larga na frente na disputa pela presidência de Honduras

Os números foram divulgados em pesquisa boca de urna

Rixi Moncada, candidata à Presidência de Honduras (Foto: Prensa Latina )

247 - A candidata progressista Rixi Moncada Godoy (Libre) assegura a primeira posição na disputa pela presidência de Honduras, com 37,7% dos votos, apontaram neste domingo  (30) pesquisas boca de urna. Os conservadores Salvador Nasralla Salum (Partido Liberal) e Nasry Asfura Zablah (Partido Nacional) conseguiram 31,4% e 27,1%, respectivamente.

O candidato  Nelson Ávila (Refundación) alcançou 0,98%, e Mario Rivera Callejas (Partido Democrata Cristão), 0,59%. Os votos em branco somaram 2,16%, e nulo, 0,00%.

Além da Presidência da República para o mandato entre janeiro de 2026 e janeiro de 2030, mais de 6,5 milhões de hondurenhos também precisarão eleger 128 deputados do Congresso Nacional (unicameral), 20 representantes hondurenhos no Parlamento Centro-Americano (Parlacen) e os prefeitos de 298 municípios do país.

As eleições presidenciais de Honduras ocorrem neste domingo com um cenário inédito em disputa. O pleito pode culminar na primeira sucessão entre duas mulheres na história política latino-americana, caso a candidata governista Rixi Moncada saia vitoriosa.

A atual presidente hondurenha, Xiomara Castro, está impedida de buscar um novo mandato devido à legislação do país, abrindo caminho para que seu partido tente manter o controle do Executivo por meio da economista.

EUA

O principal nome da oposição conservadora é justamente Asfura, empresário que já foi derrotado por Xiomara Castro em 2021. Agora, ele surge com um reforço internacional: o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou publicamente seu apoio e afirmou que Washington poderia reduzir a ajuda financeira a Tegucigalpa caso o candidato não seja eleito.

Em sua manifestação, o presidente norte-americano afirmou que o representante do Partido Nacional “representa a luta contra o comunismo e contra o narcoterrorismo na América Central”. A fala gerou críticas pela contradição com o caso do ex-presidente Juan Orlando Hernández, condenado nos Estados Unidos por vínculos com o narcotráfico. Hernández recebeu neste sábado um indulto concedido por Trump, apesar das investigações e decisões judiciais que o mantinham preso desde 2022.

Asfura também enfrenta acusações próprias. Em 2020, o Ministério Público o denunciou por suposto desvio de 17,4 milhões de lempiras, e no ano seguinte seu nome surgiu nos Pandora Papers, ligado a uma empresa offshore no Panamá. Mesmo assim, ele aparece liderando uma pesquisa realizada pela consultora Métrica, com 36,4%, em empate técnico com Nasralla, que registra 34,3%, enquanto Moncada figura com 26,8%.

Nasralla, por sua vez, teve sua posição política abalada após a mudança de postura da Casa Branca. O candidato do Partido Liberal era visto como o preferido de Washington durante o governo Joe Biden, mas perdeu protagonismo após a chegada de Trump ao poder. Esta é a terceira vez que o jornalista esportivo concorre à presidência. Em 2013, ficou em quarto lugar, e em 2017 disputou pelo Libre, contando com apoio de Xiomara Castro, numa eleição marcada por denúncias de fraude e pela contestação da OEA sobre a confiabilidade dos resultados.

O pleito de 2017 foi ainda mais controverso porque Juan Orlando Hernández concorreu à reeleição amparado por uma interpretação judicial considerada irregular, uma vez que o impedimento constitucional continuava vigente. Nasralla voltou a concorrer em 2021, mas retirou-se da disputa para apoiar Xiomara.

Candidatura 'por fora'

Além dos três principais concorrentes, há duas candidaturas que correm por fora. Nelson Ávila representa o PINU-SD, de centro-esquerda, enquanto Mario Rivera concorre pelo Partido Democrata Cristão, alinhado à direita conservadora.

Os hondurenhos também elegem hoje os 20 representantes do país no Parlamento Centro-Americano (Parlacen), que reúne 120 membros de seis nações da região. A votação definirá não apenas o futuro político imediato de Honduras, mas também o rumo das alianças no cenário centro-americano (com informações do Opera Mundi e do Telesur).

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