China diz que 'se opõe a qualquer interferência de forças externas na Venezuela'
Sem mencionar os EUA, o país asiático afirmou ser contra a ingerência que 'viole a Carta da ONU ou que infrinja a soberania de outros países'
247 - A Embaixada da China na Colômbia emitiu um comunicado nesta quarta-feira 3) para fazer alertas contra os ataques das forças militares dos Estados Unidos no Caribe e no Oceano Pacífico, em regiões próximas da América do Sul. Os EUA também discutem espécies de monitoramento em áreas perto do México.
Segundo o comunicado divulgado na rede social X, o governo do presidente Xi Jinping “se opõe a qualquer ação que viole os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas ou que infrinja a soberania e a segurança de outros países”.
“E se opõe à interferência de forças externas nos assuntos internos da Venezuela sob qualquer pretexto. A China insta todas as partes a salvaguardarem conjuntamente o status da Zona de Paz da América Latina e do Caribe e a impedirem uma maior escalada da situação”, escreveu a diplomacia chinesa em postagem na rede social X.
Mais de 80 pessoas morreram em mais de 20 ataques a embarcações próximas do continente sul-americano. Cerca de 15 mil militares estão mobilizados após determinação do governo do presidente norte-americano, Donald Trump.
Entenda
A gestão trumpista tenta justificar a tentativa de violar a soberania de países da América Latina e afirmou que é necessário combater o narcoterrorismo. Também foi anunciada uma recompensa de até US$ 50 milhões (aproximadamente R$ 270 milhões) por informações que levassem à prisão ou condenação do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Os Estados Unidos têm adotado medidas semelhantes em relação à Colômbia. Em outubro, Trump declarou a suspensão de todos os repasses ao país e passou a fazer acusações de narcotráfico sem apresentar provas. O presidente colombiano, Gustavo Petro, tem criticado publicamente essas ações e defende a abertura de processos criminais contra o chefe da Casa Branca.
Cenário global
Em termos de política externa, Venezuela e Colômbia são governados por forças políticas que fazem frentes de resistência à hegemonia dos EUA na política global. Aproximação com a China, com o BRICS e com o Sul Global formam alianças que deixam o governo trumpista preocupado com o fato de o unilateralismo norte-americano estar cada vez mais em risco.
Outra questão para a relação delicada entre Venezuela e EUA é o petróleo. De acordo com número do site World Atlas, a Venezuela ficou em primeiro lugar entre os dez países com as maiores reservas de petróleo do mundo em 2024 (300,9 bilhões de barris), seguida por Arábia Saudita (266,5 bilhões de barris) e pelo Canadá (169,7 bilhões de barris).



