Colômbia e Cuba condenam novo roubo de petroleiro venezuelano pelos Estados Unidos
Havana e Bogotá classificam ação de Washington no Caribe como violação do direito internacional e defendem soluções multilaterais sem agressão à Venezuela
247 – Colômbia e Cuba condenaram publicamente a interceptação, pelas Forças Armadas dos Estados Unidos, de mais um petroleiro próximo à costa da Venezuela, no mar do Caribe. As reações de Havana e Bogotá reforçam a crítica regional ao endurecimento do bloqueio imposto por Washington e à escalada das tensões com Caracas. As informações foram publicadas pela Sputnik Brasil, que acompanha o episódio desde sábado (20).
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou que a apreensão do navio representa um “novo ato de pirataria e terrorismo marítimo” por parte dos Estados Unidos. Segundo ele, a ação evidencia o desrespeito sistemático de Washington às normas internacionais.
“Isso reitera a conduta [dos EUA] de total desrespeito e violação do Direito Internacional, do Direito Marítimo e da liberdade de navegação e comércio”, escreveu Rodríguez na rede social X. O chanceler cubano acrescentou que a iniciativa norte-americana “busca intensificar ainda mais a agressão contra o território venezuelano e se apropriar de seus recursos naturais”.
A manifestação de Havana ocorre após a abordagem de um segundo petroleiro nas proximidades da Venezuela, mesmo sem o navio estar sob sanções diretas dos Estados Unidos. A interceptação integra o bloqueio determinado pelo presidente Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, contra o governo venezuelano.
Também houve reação contundente por parte da Colômbia. O presidente Gustavo Petro criticou a lógica do bloqueio e afirmou que restrições desse tipo deveriam ser direcionadas apenas a atividades criminosas, e não a um país soberano.
Para Petro, qualquer tentativa de controle marítimo na região deveria seguir parâmetros multilaterais e respeitar os direitos humanos. “Essa paralisação só pode ser alcançada com múltiplas marinhas. Propomos um acordo multilateral onde os direitos humanos não sejam violados. O pacto deve começar com todos os países caribenhos e não deve ter como objetivo a invasão de nenhum estado”, declarou o presidente colombiano, também por meio das redes sociais.
A nova interceptação ocorre em meio a relatos da imprensa internacional sobre o lançamento de uma operação ampliada dos Estados Unidos em águas internacionais próximas à costa venezuelana. O movimento é visto por analistas e governos da região como parte de uma estratégia de pressão econômica e política, que agrava o isolamento da Venezuela e eleva o risco de confrontos diplomáticos e militares no Caribe.
As críticas de Cuba e Colômbia reforçam o crescente desconforto de países latino-americanos diante de medidas unilaterais de Washington, especialmente quando envolvem ações militares fora de seu território e sem respaldo explícito do direito internacional.



