Começa hoje na Venezuela a Assembleia dos Povos pela paz e soberania
Encontro internacional convocado por Nicolás Maduro debate paz, soberania e desafios geopolíticos contemporâneos
247 - A capital venezuelana recebe, ao longo de três dias, a Assembleia dos Povos pela Paz e Soberania, um encontro internacional que reúne representantes dos cinco continentes. A iniciativa foi convocada pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro em 31 de outubro, durante o encerramento do Encontro Parlamentar do Grande Caribe, que contou com delegações de 14 países, segundo informou a agência Prensa Latina.
De acordo com a Prensa Latina, o evento tem como propósito fortalecer a articulação global pela paz e a defesa da soberania dos povos, reunindo líderes sociais, intelectuais, artistas, juristas, acadêmicos, parlamentares, comunicadores, mulheres, jovens, partidos políticos, trabalhadores, povos indígenas e diversos movimentos. A proposta central é reafirmar o compromisso internacional com uma paz justa, ancorada no respeito ao direito internacional e na cooperação solidária entre América Latina, Caribe, Sul Global e outras regiões.
Além disso, o encontro busca consolidar Caracas como um polo político e moral das lutas populares por soberania e justiça, culminando com a proclamação do Manifesto de Caracas pela Paz, Soberania e Verdade dos Povos. O documento detalha nove eixos temáticos que nortearão os debates, incluindo a paz, o direito internacional, a segurança dos povos e a disputa entre bolivarianismo e monroísmo.
Os participantes também analisarão questões como guerra econômica, extorsão política, medidas coercitivas unilaterais, tarifas punitivas e mecanismos de estrangulamento financeiro contra nações. Temas contemporâneos, como guerra cognitiva, disputa global pela verdade e defesa dos direitos dos migrantes frente ao supremacismo e à xenofobia, também fazem parte da agenda.
Outro conjunto de debates abordará a proteção da Mãe Terra diante da emergência climática, a integração dos povos do Sul Global, a disputa entre nova ordem mundial, imperialismo e neofascismo, além de reflexões sobre juventude, soberania e futuro compartilhado a partir da perspectiva da Geração Z. A militarização e a neocolonização do Caribe e das Américas completam o quadro temático, acompanhadas da crítica ao “pretexto geopolítico versus soberania regional”.
Segundo o documento, a Assembleia Popular pela Paz e Soberania da Nossa América pretende impulsionar “o nascimento de um movimento internacional de povos, ideias e vontades” que declare ao mundo a possibilidade de uma nova ordem baseada na paz, soberania e justiça.
Ao concluir o encontro parlamentar que antecedeu o evento, Nicolás Maduro afirmou que a assembleia serviria como um chamado regional por entendimento e estabilidade. “Queremos paz e respeito pela Venezuela, Colômbia e pelos povos do Caribe”, declarou, defendendo a união de “nossas forças e povos para dizer aos belicistas não à guerra e à ameaça militar, queremos paz”.



