Maduro afirma que agressão de Trump ameaça toda a humanidade
Líder venezuelano critica violações do direito internacional e destaca mobilização global pela paz e soberania dos povos
247 – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou que as ações dos Estados Unidos contra seu país representam uma ameaça “contra toda a humanidade”, durante o encerramento do Encontro de Juristas em Defesa do Direito Internacional, realizado em Caracas entre 13 e 14 de novembro. As informações foram publicadas originalmente pela teleSUR e pela Prensa Presidencial da Venezuela.
Ao discursar no evento, que reuniu 100 acadêmicos e especialistas de 34 países, Maduro destacou o crescimento da solidariedade internacional diante da ofensiva militar que Washington mantém há quase quatro meses perto das costas venezuelanas. Segundo o presidente, “são milhões as vozes que hoje se levantam no mundo para defender o direito à paz, à soberania, à autodeterminação e ao futuro do povo da Venezuela, do povo da Colômbia e dos povos da América do Sul e do Caribe”.
Críticas às violações do direito internacional
Durante sua intervenção, o presidente venezuelano condenou as violações sistemáticas do direito internacional cometidas pelos Estados Unidos e por seus aliados, citando o caso de Israel e o sofrimento do povo palestino. Maduro afirmou que “já não há povo no mundo que não condene o que acontece em Gaza como um genocídio”, recordando ainda que “um acordo de cessar-fogo foi assinado e tem sido violado todos os dias”.
Ao relacionar o avanço militar norte-americano na região com outras crises internacionais, ele alertou: “queremos outra Gaza na América do Sul?”
Maduro reforçou que, apesar das ameaças externas, “triunfará a paz, o direito internacional”.
Defesa da paz e rejeição à intervenção externa
Maduro voltou a defender a postura pacífica da Venezuela, rejeitando qualquer possibilidade de intervenção militar estrangeira. Em seu discurso, ele reafirmou:
“A ordem é a paz. Não à guerra. Não à guerra eterna e não à morte. Não, não, não.”
Segundo o presidente, os participantes do encontro reafirmaram “seu compromisso com o direito internacional e com a dignidade humana, em contraste com modelos históricos de dominação pelo mais forte”. Para Maduro, a articulação entre países que defendem o direito internacional busca superar padrões desiguais de poder e construir um sistema global baseado na cooperação.
Pressões sobre Washington e proposta na Corte Penal Internacional
O encontro, instalado pelo presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Jorge Rodríguez, também discutiu caminhos jurídicos para enfrentar as ameaças externas.
A jurista argentina Claudia Rocca, presidenta da Associação Americana de Juristas, propôs formalmente apresentar uma denúncia contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Corte Penal Internacional (CPI).
Consolidação do Conselho Nacional por la Soberanía y la Paz
Na cerimônia de encerramento, Maduro celebrou a consolidação do Consejo Nacional por la Soberanía y la Paz, criado em 16 de setembro, e que já articula diversos setores sociais em defesa da paz e da soberania venezuelana. “Este Conselho Nacional de Soberania e Paz é uma realidade em todos os territórios de nossa República”, afirmou o presidente, enfatizando que a iniciativa se expandiu “de norte a sul, em todos os estados e municípios do país”.
Maduro descreveu o Conselho como “um bálsamo de esperança e otimismo para um país que tem paz, conquistou a paz, quer paz e conquistará e terá a paz que deseja nossa Venezuela, nossa América, nossa América do Sul”.



