Partido Libre pede anulação das eleições e denuncia golpe eleitoral em Honduras
Partido governista hondurenho aponta manipulação e interferência de Donald Trump
247 - O Partido Liberdade e Refundação (Libre), de Honduras, elevou a disputa política ao exigir a anulação integral das eleições realizadas na última semana, após denunciar o que considera um golpe eleitoral em curso. As acusações foram divulgadas na noite de domingo pela Coordenação Nacional do partido e por sua candidata à presidência, Rixi Moncada, informa a Telesur.
O Libre afirma que o Sistema de Transmissão de Resultados Preliminares (TREP) foi manipulado em seu código-fonte, configurando, segundo o partido, uma interferência direta que comprometeu a integridade do processo eleitoral hondurenho.
Durante o pronunciamento, Moncada declarou que a legenda “exige a anulação total das eleições realizadas na semana anterior — cujos resultados manipulados deram a vitória ao empresário escolhido a dedo pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Nasry Asfura — e exige a ‘investigação dos atos de terrorismo eleitoral perpetrados por meio do TREP’”.A sigla também criticou abertamente a atuação de Washington no pleito. “Condenamos a interferência e a coerção do presidente dos EUA, Donald Trump, nas eleições hondurenhas”, afirmou o comunicado, ressaltando que o partido da presidente Xiomara Castro vê nas irregularidades sinais de um clássico golpe eleitoral.De acordo com o Libre, a sessão plenária do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), realizada em 6 de dezembro, comprovou que o sistema foi alterado sem o uso das três chaves autorizadas e sem o conhecimento da equipe técnica. A legenda afirma que houve violações nos módulos de divulgação, análise e processamento de atas, resultando em 5.000 atas com resultado zero, inconsistências em 95,17% das atas transmitidas, 4.659 atas sem comprovação biométrica, além de falhas repetidas na página de divulgação — indícios que, segundo o partido, demonstram intervenções externas no software original.A denúncia foi além: integrantes da sigla sustentam que as páginas de divulgação seguem adulteradas há três dias e que podem existir conexões diretas entre o TREP e setores ligados ao Partido Nacional, o que teria facilitado a manipulação das atas e dos resultados.Em sua manifestação mais contundente, o partido declarou: “O Libre não reconhece as eleições realizadas sob a ingerência e a coação do presidente dos Estados Unidos e da oligarquia aliada, que investiram contra o povo com um golpe eleitoral em curso, após o envio de milhões de mensagens por diferentes plataformas, ameaçando a população com a ideia de que, se votasse em Rixi Moncada, não receberia as remessas em dezembro”.
Moncada também condenou o indulto concedido ao ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández — condenado a 45 anos de prisão nos Estados Unidos —, benefício concedido pelo atual presidente norte-americano Donald Trump em meio ao processo eleitoral. Para a candidata, a medida agrava o descrédito do pleito e reforça o vínculo entre o indulto e o apoio público de Trump ao candidato do Partido Nacional, Nasry Asfura.
A sigla convocou sua militância a participar de plantões, marchas e atos de protesto contra o que considera fraude e golpe eleitoral. A legenda também anunciou que sua Assembleia Nacional Extraordinária, marcada para 13 de dezembro, será responsável por definir os próximos passos diante da crise política aberta no país.



