Zelaya acusa Trump de interferir na eleição em Honduras
Ex-presidente hondurenho denuncia interferência externa e alerta para risco de golpe eleitoral
247 - O ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya publicou uma dura mensagem nas redes sociais na terça-feira (2), denunciando a intervenção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no processo eleitoral hondurenho. A denúncia ganhou destaque em reportagem da Telesur, que dá detalhes sobre as acusações e o clima político que envolve a disputa.
Zelaya afirmou que a interferência busca manipular o resultado das eleições e sabotar a candidatura de Rixi Moncada, representante do Partido Liberdade e Refundação (LIBRE), legenda da qual ele é coordenador-geral. Para o ex-mandatário, a intervenção tem como objetivo interromper o avanço do projeto político do partido e favorecer a oposição.
Zelaya classificou a atuação de Donald Trump como um esforço para impor um “golpe eleitoral”, articulado em conjunto com setores do bipartidarismo hondurenho. Ele destacou que o cenário atual aponta para a liderança de Xiomara Castro, que, segundo ele, conta com “mais de 55% de apoio à sua boa governança”. O dirigente reforçou ainda a confiança em Rixi Moncada, destacando que o LIBRE “apresenta uma candidata impecável, honesta, sensível e capaz, com caráter firme e uma campanha profundamente democrática, baseada em uma proposta econômica que liberta o povo e rompe com os privilégios das elites”.
O ex-presidente hondurenho também descreveu a ofensiva como uma tentativa da oposição de “ignorar a capacidade de luta do povo hondurenho”, diante da dificuldade de vencer o pleito de maneira transparente. Ele classificou a intervenção como “burra, ameaçante e infame” e acusou Donald Trump de oferecer um “perdão” ao ex-presidente Juan Orlando Hernández (JOH), envolvido em denúncias de narcotráfico, com o objetivo de influenciar o processo interno.
Em sua mensagem, Zelaya rejeitou veementemente a pressão internacional e relembrou a trajetória de resistência política do país. “Honduras (...) resistiu golpes de Estado, fraudes monumentais, assassinatos políticos e perseguição.
Zelaya reforçou ainda a defesa da soberania nacional. “Pode chamar-nos de comunistas, socialistas, insurgentes, o que quiser. Somos hondurenhos livres e lutamos pela autodeterminação e por uma pátria justa e independente. Nem Washington nem a oligarquia podem decidir por nós”, afirmou, denunciando a ingerência estrangeira em um processo decisivo para o futuro político de Honduras.
O ex-presidente concluiu com um apelo ao sentimento patriótico e à mobilização: “s que lutamos pela liberdade estamos de pé, somos patriotas e não nos rendemos”. Ele lembrou que, um ano antes, já havia acusado os Estados Unidos de transformar Honduras em um “laboratório de suas políticas intervencionistas”, contexto que, segundo ele, se repete na atual conjuntura eleitoral.



