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Trump trata Honduras como quintal e ameaça o país se seu candidato não vencer

Presidente dos EUA pressiona autoridades eleitorais hondurenhas e exige conclusão da apuração, declarando apoio explícito a Tito Asfura

Presidente dos EUA, Donald Trump (Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein)

247 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou a tensão política em Honduras ao acusar o país centro-americano de tentar alterar os resultados das eleições presidenciais realizadas no domingo. A informação foi divulgada originalmente pelo portal RT Brasil, que destacou as declarações feitas por Trump em sua rede Truth Social.

Segundo o presidente norte-americano, a interrupção da contagem oficial na noite de 30 de novembro representa uma grave ameaça ao processo democrático. “Parece que Honduras está tentando mudar os resultados das suas eleições presidenciais. Se fizerem isso, haverá consequências severas!”, escreveu Trump.

O mandatário afirmou que a Comissão Nacional Eleitoral suspendeu a apuração à meia-noite, quando “apenas 47% dos votos haviam sido contabilizados”. Até o momento da interrupção, informou Trump, a disputa era extremamente apertada entre Tito Asfura, do conservador Partido Nacional, e Salvador Nasralla, com Asfura à frente por cerca de 500 votos.

Trump reforçou que a conclusão da apuração é indispensável. “É imprescindível que a Comissão conclua a contagem dos votos. Os votos de milhares de hondurenhos precisam ser contabilizados. A democracia precisa prevalecer!”, afirmou o presidente dos EUA.

Processo eleitoral lento aumenta a tensão

As eleições presidenciais hondurenhas já vinham sendo marcadas por incerteza. Apesar do fechamento das urnas no domingo, apenas 55,87% dos votos haviam sido contabilizados na manhã de segunda-feira, alimentando suspeitas, pressões e desconfiança por parte dos dois principais blocos da oposição, representados por Nasry Asfura e Salvador Nasralla.

A governista Rixi Moncada pediu paciência e defendeu que o país aguardasse o fim do escrutínio oficial, mas a intervenção inesperada de Trump ampliou ainda mais a tensão, sobretudo por sua defesa aberta de Tito Asfura.

Trump já havia ameaçado Honduras

As declarações do presidente norte-americano seguem a mesma linha de um alerta feito na semana anterior. Trump advertiu que, caso Asfura não vencesse, “os Estados Unidos não desperdiçariam recursos [em apoio a Honduras], porque um líder errado só traria resultados catastróficos ao país, independentemente de quem seja”.

Ele também afirmou que, se Asfura assumir a presidência, “os EUA oferecerão grande apoio, pois confiam nele, em suas políticas e no que ele fará pelo grande povo hondurenho”.

Na mesma mensagem, Trump projetou um futuro próspero para o país sob o comando de Tito Asfura. “Após a vitória de Tito”, disse o presidente americano, Honduras seguirá “rumo a um grande sucesso político e financeiro”. “Tito será um ótimo presidente, e os EUA trabalharão junto a ele para garantir o sucesso pleno de Honduras”, concluiu.

A intervenção direta do presidente dos Estados Unidos expõe mais uma vez o peso geopolítico que Washington exerce sobre países da América Central — e a disputa eleitoral hondurenha torna-se, assim, palco de pressões externas sem precedentes recentes.

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