Procurador-Geral de Honduras ordena a prisão de ex-presidente Juan Orlando Hernández
Honduras reacende disputa judicial ao acionar ordem internacional de prisão contra ex-presidente perdoado recentemente por Trump
247 - A procuradoria-geral de Honduras emitiu, nesta segunda-feira (8), um mandado de prisão internacional contra o ex-presidente Juan Orlando Hernández, recentemente perdoado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informam autoridades hondurenhas. A decisão ocorre no âmbito do chamado “caso Pandora II”, que investiga os crimes de lavagem de dinheiro e fraude vinculados à campanha eleitoral de 2013, informa o New York Times.
O mandado foi anunciado pelo procurador-geral Johel Zelaya, que convocou as agências de segurança nacionais e internacionais, incluindo a Interpol, para cumprir a ordem de prisão. Segundo Zelaya, trata-se de retomar um decreto de captura de 2023, que havia sido suspenso no caso de liberdade ou extradição do ex-mandatário, condição agora alcançada com o perdão de Trump. Hernández, que governou Honduras entre 2014 e 2022, havia sido condenado nos Estados Unidos em 2024 a 45 anos de prisão por tráfico de drogas e armas, acusação com base em evidências de que ele teria facilitado o transporte de cerca de 400 toneladas de cocaína para território norte-americano durante seu governo.
No dia 1º de dezembro de 2025, ele foi liberado após receber perdão presidencial total de Trump, medida que gerou forte repercussão internacional. O governo hondurenho acusa Hernández de continuar implicado em irregularidades graves, agora fora do âmbito das acusações de narcotráfico dos EUA: lavagem de dinheiro e fraude eleitoral.
A procuradoria afirma que a reativação da ordem de prisão internacional demonstra que “as instituições hondurenhas não abrirão mão do combate à impunidade”.
o momento, não há informações confiáveis sobre o paradeiro do ex-chefe de Estado. Sua esposa declarou anteriormente que ele se encontra em local seguro nos Estados Unidos e que não pretende retornar ao país por enquanto, citando risco de “perseguição política” por parte do governo atual.



