Trump diz ter conversado com Nicolás Maduro, mas declara: 'se tivermos que fazer por mal, está bom'
O presidente dos EUA concedeu algumas declarações que reforçam as intenções dos EUA em iniciar o conflito por terra e violar a soberania da Venezuela
247 - O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que manteve uma conversa telefônica com seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro. O chefe da Casa. Militares americanos bombardearam mais de 20 barcos, o que resultou em pelo menos 83 mortes, no Caribe e do Pacífico, em regiões próximas da América do Sul. Cerca de 15 mil militares estão mobilizados, em pouco mais de três meses.
Depois de ser questionado por uma jornalista a bordo do Air Force One sobre o diálogo com Maduro, o presidente Trump respondeu neste domingo: “Não quero comentar a respeito. A resposta é sim”. Os relatos foram publicados na agência RT.
Mesmo tendo comentado sobre a conversa, o presidente Trump concedeu algumas declarações que reforçam as intenções dos EUA em iniciar a guerra por terra. “Se pudermos fazer as coisas por bem, está bem. E, se tivermos que fazer por mal, também está bem”, afirmou.
O governo Trump tem alegado que é necessário combater o narcoterrorismo. Ao comentar a justificativa dos EUA para atacar embarcações, o chefe da Casa Branca declarou que buscava “salvar vidas”.
Venezuela e o apoio internacional
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, demonstrou disposição para uma conversa com o presidente Trump, mas deixou claro que o país sul-americano vai ceder às pressões de Washington contra a soberania, a autodeterminação e a independência de seu país.
“Quem quiser dialogar encontrará sempre em nós gente de palavra, gente decente e gente com experiência para dirigir a Venezuela […]. Assim, nos EUA, quem quiser falar com a Venezuela falará ‘face to face’, cara a cara, sem qualquer problema. O que não se pode permitir é que se bombardeie e se massacre um povo”, declarou semanas atrás em seu programa Con Maduro+.
A Rússia é um dos principais aliados da Venezuela e condena veementemente a tentativa de interferência dos EUA no país sul-americano, que também recebe apoio do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos e dos governos de Colômbia, México e Brasil condenaram as ações dos Estados Unidos.
Cenário global
Dois motivos, mais implícitos, para a tentativa de interferência do governo trumpista na Venezuela são a implementação de frentes de resistência à hegemonia do unilateralismo norte-americano na política global.
Formado por onze países, incluindo forças como Rússia, China e Brasil, o BRICS, por exemplo, serve como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global e de cooperação nas mais diversas áreas.A Venezuela não chega a fazer parte do BRICS, mas tem relação com países do grupo.
Alguns dos objetivos do BRICS são a melhoria da legitimidade, a equidade na participação e a eficiência das instituições globais, como a ONU, o FMI, o Banco Mundial e a OMC. São países parceiros do BRICS: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Petróleo e a questão militar
Outra questão para a relação delicada entre Venezuela e EUA é o petróleo. De acordo com número do site World Atlas, a Venezuela ficou em primeiro lugar entre os dez países com as maiores reservas de petróleo do mundo em 2024 (300,9 bilhões de barris), seguida por Arábia Saudita (266,5 bilhões de barris) e pelo Canadá (169,7 bilhões de barris).
Um dos principais aliados da Venezuela, a Rússia se destaca como uma das principais forças de oposição à hegemonia norte-americana. Em 2024, o país governado pelo presidente Vladimir Putin ocupava a segunda posição no ranking de poderio militar mundial, com índice de 0,0788.
Os Estados Unidos apareciam em primeiro lugar, com 0,0744. A China ficou em terceiro, com 0,1184, seguida pela Índia, também com 0,1184, e pela Coreia do Sul, com 0,1656, apontaram dados da Global Firepower, que analisou 145 países. O Brasil figurava na 11ª colocação, com índice de 0,2415.



