Venezuela agradece apoio da Rússia diante de ações militares dos EUA no Caribe
Chanceler Yván Gil destaca respaldo de Moscou à soberania venezuelana e à estabilidade regional em meio a denúncias de violações do direito internacional
247 - O governo da Venezuela manifestou publicamente agradecimento à Rússia pelo apoio político e diplomático diante do aumento da presença militar dos Estados Unidos no Caribe. A posição foi expressa pelo ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, ao comentar as recentes declarações de Moscou que classificaram as ações norte-americanas como uma ameaça à soberania venezuelana e à estabilidade regional.
A informação foi divulgada pela Telesur, que acompanhou as manifestações oficiais tanto do governo venezuelano quanto da diplomacia russa sobre o tema, em um contexto de crescentes tensões geopolíticas na região caribenha.
Em mensagem transmitida por meio do Telegram na quinta-feira, 25 de dezembro, Yván Gil agradeceu diretamente ao governo russo e à porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova. Segundo o chanceler venezuelano, o apoio de Moscou é fundamental diante do que Caracas classifica como ações beligerantes e ilegais de Washington.
“Em nome do presidente Nicolás Maduro, queremos expressar nossa sincera gratidão ao Governo da Federação Russa pelo valioso apoio aos esforços do presidente Maduro na defesa da soberania e dos interesses do povo venezuelano contra as ameaças e as ações beligerantes e ilegais do governo dos Estados Unidos no Caribe”, afirmou Gil.
O ministro também ressaltou a importância do respaldo russo para a manutenção da paz regional. “Valorizamos o seu apoio inabalável na preservação da Zona de Paz no Caribe e na promoção da estabilidade econômica, política e social em toda a região”, acrescentou.
As declarações venezuelanas vieram após posicionamento público de Maria Zakharova, que denunciou o que chamou de “caos jurídico” provocado pelas ações dos Estados Unidos no Caribe. A diplomata russa afirmou que o aumento da presença militar norte-americana ao redor da Venezuela e a imposição de um bloqueio naval de fato violam normas fundamentais do direito internacional.
De acordo com Zakharova, essas iniciativas infringem princípios da Carta das Nações Unidas e da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982, afetando diretamente a liberdade de navegação e a soberania do país sul-americano. “Presenciamos el restablecimiento de prácticas de piratería, asaltos y apropiación de bienes ajenos en aguas internacionales”, declarou a porta-voz, classificando a situação como uma ameaça direta ao ordenamento jurídico global.
As manifestações da porta-voz russa ocorreram após a sessão do Conselho de Segurança da ONU realizada em 23 de dezembro, solicitada pelo embaixador venezuelano Samuel Moncada para discutir o incremento militar dos Estados Unidos no Caribe.
Atualmente, Washington mantém na região um grupo de ataque naval liderado pelo porta-aviões USS Gerald R. Ford, além de um submarino nuclear e mais de 16 mil militares, cenário que segue sendo acompanhado com atenção por governos e organismos internacionais.



