Venezuela denuncia que cerco militar busca capturar petróleo do país
Ministro Padrino López comentou o bloqueio imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
247 - A Venezuela enfrenta uma agressão militar por parte dos Estados Unidos, que declararam um bloqueio naval ao país, afirmou nesta quarta-feira (17) o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, acrescentando que Washington busca o petróleo e os recursos naturais venezuelanos, e não combater o narcotráfico, como alega. A reportagem é da agência Sputnik.
Padrino López apareceu diante das câmeras em um pronunciamento televisionado, no qual comentou o bloqueio imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça-feira, a todos os navios petroleiros sancionados que viajam de e para a Venezuela. O governo venezuelano rejeitou as declarações de Trump e informou que levará o caso às Nações Unidas.
“A Venezuela é um país livre, um país soberano… somos amantes da paz, mas a verdade se impôs. Essa agressão agora evoluiu para uma agressão militar. É um cerco militar”, afirmou o ministro da Defesa.
Além disso, com a decisão mais recente do governo Trump, Caracas “marcou um gol”, pois os Estados Unidos revelaram, ao mesmo tempo, as verdadeiras motivações por trás da grande mobilização do Pentágono no Caribe.
“A verdade veio à tona. Trata-se de petróleo, trata-se dos nossos recursos naturais. Não se trata do tráfico de drogas, nem de grupos criminosos… Essa é uma narrativa implausível e desgastada, que se desfaz por si só”, disse Padrino López, acrescentando que nem a comunidade internacional nem o povo venezuelano acreditam mais nisso.
A medida de Trump ocorre em meio a tensões entre Venezuela e Estados Unidos devido ao contínuo deslocamento de meios navais, aéreos e terrestres do Pentágono pelo Caribe, incluindo o porta-aviões USS Gerald Ford. Washington tem repetidamente justificado sua presença militar na região sob o argumento de combater o tráfico de narcóticos.
As tensões aumentaram ainda mais quando o presidente dos EUA anunciou, em 10 de dezembro, a apreensão de um navio-tanque na costa venezuelana. A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, afirmou posteriormente que a embarcação era suspeita de transportar petróleo sancionado da Venezuela e do Irã. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que, após os trâmites legais, a carga seria confiscada.



