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Rússia alerta que pressão dos EUA contra a Venezuela ameaça equilíbrio do Ocidente

Moscou afirma que escalada política e militar pode gerar crise imprevisível e reafirma apoio ao governo de Nicolás Maduro

O navio de guerra USS Jason Dunham interceptou o navio "Carmen Rosa" na zona econômica exclusiva da Venezuela (Foto: Telesur)

247- A Rússia alertou que o aumento da pressão política e militar dos Estados Unidos contra a Venezuela representa um risco grave para a estabilidade de todo o hemisfério ocidental. Segundo autoridades russas, o atual cenário pode evoluir para uma crise de consequências imprevisíveis, diante do que Moscou classifica como um cerco crescente ao país sul-americano.

As informações foram divulgadas pela teleSUR, com base em declarações feitas em Moscou durante uma cerimônia oficial em homenagem a Simón Bolívar, realizada por ocasião dos 195 anos da morte do libertador venezuelano. No evento, representantes do governo russo reiteraram solidariedade ao povo venezuelano e apoio ao governo do presidente Nicolás Maduro, destacando a defesa da soberania nacional e dos interesses estratégicos do país.

Alerta russo sobre a escalada de tensões

Durante a solenidade, Alexander Shchetinin, diretor do Departamento para a América Latina do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, manifestou preocupação com a evolução da situação no Caribe e fez um apelo direto para que não haja novas ações que ampliem o conflito. Em sua intervenção, o diplomata afirmou: “Esperamos que aqueles que estão por trás da atual escalada de tensões na Venezuela possam evitar um maior deslizamento para uma situação que ameaça ter consequências imprevisíveis para todo o hemisfério ocidental e que possam evitar cometer erros”.

Shchetinin também ressaltou a importância histórica de Simón Bolívar e destacou os laços de amizade entre Rússia e Venezuela, reafirmando o respaldo político de Moscou ao governo venezuelano diante do cenário internacional adverso.

Denúncias de Caracas e rejeição a acusações dos EUA

Do lado venezuelano, o presidente Nicolás Maduro tem denunciado que o país enfrenta a maior ameaça de invasão estrangeira do último século, associada, segundo o governo, aos interesses dos Estados Unidos sobre as maiores reservas de petróleo do planeta. Caracas rejeita as acusações feitas por Washington de suposta falta de compromisso no combate ao narcotráfico.

As autoridades venezuelanas lembram que organismos internacionais, incluindo a Organização das Nações Unidas, já certificaram que a Venezuela não é um país produtor de drogas nem apresenta altos índices de consumo, além de reconhecerem os esforços do Estado no enfrentamento ao tráfico ilícito.

Presença militar e impacto humanitário

Paralelamente às tensões diplomáticas, os Estados Unidos intensificaram sua presença militar no Caribe com o envio de um grupo de ataque liderado pelo porta-aviões USS Gerald R. Ford, acompanhado por um submarino nuclear e mais de 16 mil militares. Segundo dados citados na reportagem, desde setembro operações classificadas como ilegais na região resultaram no afundamento de mais de vinte embarcações rápidas e na morte de mais de 80 civis em alto-mar.

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