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Acareação no caso Banco Master preocupa a PF

Decisão de Dias Toffoli no STF gera receio entre investigadores sobre possível intimidação de testemunhas

Segurança do lado de fora do Banco Master, após a prisão do acionista controlador do banco, Daniel Vorcaro, em São Paulo - 18 de novembro de 2025 (Foto: REUTERS/ Amanda Perobelli)

247 - A determinação do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), para a realização de uma acareação entre personagens centrais do chamado caso Banco Master acendeu um sinal de alerta na Polícia Federal (PF). O procedimento envolve Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, Paulo Henrique Costa, ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), e Ailton de Aquino, diretor do Banco Central, todos citados nas investigações sobre supostas irregularidades financeiras.

A informação foi divulgada pela CNN Brasil, a partir de apuração da jornalista Débora Bergamasco, que revelou a avaliação de investigadores de que a medida foi adotada de forma precipitada. Segundo a reportagem, a preocupação decorre do fato de a investigação ainda estar em estágio inicial, sem que tenham sido colhidos os depoimentos individuais dos envolvidos, etapa considerada fundamental antes de qualquer confronto direto de versões.

De acordo com a apuração, a acareação não partiu de um pedido da Polícia Federal, mas foi determinada diretamente pelo ministro do STF. Para investigadores ouvidos pela emissora, essa antecipação pode comprometer a coleta de provas, já que o procedimento coloca frente a frente pessoas com versões distintas dos fatos antes do detalhamento formal de cada relato.

Outro ponto sensível destacado é o impacto da medida sobre as testemunhas, especialmente servidores do Banco Central que participaram das denúncias sobre as supostas fraudes. Fontes ligadas à investigação avaliam que esses funcionários podem se sentir intimidados diante da exposição, o que poderia afetar a disposição de colaborar com as autoridades.

O receio aumenta pelo fato de o procedimento ter se tornado público, apesar de o caso tramitar sob sigilo. Investigadores temem que isso desestimule outros servidores do Banco Central a fornecer informações relevantes ao inquérito em curso.

Segundo a reportagem, a Polícia Federal já recebeu mais de 4 mil páginas de documentos encaminhados pelo Banco Central, com detalhes sobre as suspeitas envolvendo o Banco Master. Integrantes da investigação que analisam o material consideram o conjunto de provas consistente e com indícios significativos das irregularidades apuradas.

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