HOME > Brasil

Aneel afirma que apagão da Enel-SP será analisado em processo já aberto

Agência afirma que falha no restabelecimento após ciclone será analisada em processo já aberto e lembra que termo de 2024 pode embasar perda da concessão

Vista mostra vários imóveis sem energia elétrica, no bairro do Morumbi, em São Paulo-SP - 06/11/2023 (Foto: REUTERS/Camila Moreira)

247 - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta quarta-feira (17) que a “interrupção prolongada” no fornecimento de energia na área de concessão da Enel Distribuição São Paulo, registrada na semana passada após a passagem de um ciclone extratropical, será analisada dentro de um processo de monitoramento que já está em andamento na reguladora.

De acordo com a Aneel, o episódio será avaliado no âmbito do acompanhamento do termo de intimação lavrado após ocorrência semelhante registrada em outubro de 2024. Em nota oficial, a agência afirmou: “A fiscalização da Aneel em conjunto com a Arsesp [agência reguladora estadual] avaliará a reincidência de falhas da empresa no restabelecimento do serviço no evento de 10 de dezembro deste ano”.

O posicionamento foi divulgado após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), anunciarem na terça-feira (16) que buscariam levar a Aneel a instaurar o processo de caducidade da concessão da distribuidora.

A agência reguladora federal destacou que o termo de intimação relacionado ao episódio de 2024 já integra uma etapa preparatória para uma eventual recomendação de caducidade do contrato, que poderá ser encaminhada ao Ministério de Minas e Energia. O tema já foi submetido à análise do colegiado da Aneel no início de novembro.

Na ocasião, a diretora-relatora Agnes da Costa propôs a ampliação do prazo de acompanhamento e avaliação do Plano de Recuperação da Enel até o fim de março de 2026, com o objetivo de observar como a empresa enfrentaria o período de verão. O diretor Gentil Nogueira solicitou vista do processo, interrompendo temporariamente a deliberação.

Nogueira participou na terça-feira (16) da reunião com Alexandre Silveira, Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes que tratou da situação da Enel e apontou para o possível encaminhamento da caducidade. Segundo a Aneel, ele esteve presente representando o diretor-geral Sandoval Feitosa e apresentou informações atualizadas sobre o andamento da fiscalização.

Na nota divulgada nesta quarta-feira (17), a Aneel reiterou ainda que a sequência de interrupções no fornecimento de energia registradas desde 2023 resultou na maior multa já aplicada pela agência a empresas do setor elétrico, no valor de R$ 165 milhões. A reguladora informou, contudo, que a cobrança da penalidade está suspensa em razão de decisão judicial.

Artigos Relacionados