Apagão em São Paulo atinge 55 mil imóveis nesta quarta
Número de imóveis sem energia voltou a subir com fortes chuvas registradas a partir da tarde de terça-feira
247 - O número de imóveis sem fornecimento de energia elétrica voltou a crescer na região metropolitana de São Paulo e chegou a 55.308 endereços na manhã desta quarta-feira (17). Do total, 30.561 clientes estão concentrados na capital paulista, que voltou a registrar fortes chuvas a partir da tarde de terça-feira (16), agravando a instabilidade no sistema elétrico, informa a Folha de São Paulo.
Não é possível identificar quantos desses imóveis ainda sofrem impactos remanescentes da ventania provocada pelo ciclone extratropical que atingiu o Sudeste brasileiro na última quarta-feira (10). Na ocasião, cerca de 2,2 milhões de clientes ficaram sem energia elétrica na área atendida pela concessionária.
Procurada na manhã desta quarta, a Enel não havia se manifestado diretamente até a publicação do levantamento. Em nota divulgada em seu site, a empresa informou que o fornecimento de energia já foi restabelecido “para 99% dos clientes que tiveram o fornecimento afetado pelo ciclone”.
A concessionária também alertou para a possibilidade de novos transtornos nos próximos dias. Segundo a Enel, uma frente fria deve provocar “chuvas generalizadas, associadas com rajadas de ventos e descargas atmosféricas” em toda a área de concessão. Diante do cenário, a empresa afirmou: “Ativamos nosso plano de contingência, com reforço das equipes em campo e dos canais de atendimento, para garantir o suporte necessário em caso de ocorrências”.
Pressão política acelera debate sobre caducidade da concessão
O novo aumento no número de imóveis sem luz ocorre em meio a uma articulação política inédita contra a Enel. Governos em diferentes esferas demonstram insatisfação com o desempenho da concessionária, o que tem acelerado o processo de caducidade da concessão em análise na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Até esta quarta-feira (17), a expectativa é que um novo pedido formal chegue à agência reguladora solicitando a cassação da concessão. Tanto o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), quanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), devem encaminhar manifestações nesse sentido. O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), também pretende formalizar o pedido, embora sua participação tenha menor peso jurídico no processo.
Cabe exclusivamente à Aneel avaliar a validade da concessão e, se for o caso, recomendar a cassação do contrato. O alinhamento entre governo federal, estadual e municipal amplia a pressão sobre o processo de caducidade que já tramita na agência, mas que está paralisado por um pedido de vista válido até fevereiro.
Nos bastidores, a expectativa é de que essa suspensão seja interrompida antes do prazo previsto, possivelmente já em janeiro, como reflexo do descontentamento generalizado das autoridades com a atuação da Enel diante das sucessivas falhas no fornecimento de energia.


