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Após ataque de Guedes, Kátia Abreu encontra Mourão pra falar de China e meio ambiente

Kátia Abreu ressaltou que o Brasil fornece 4% de todas as importações chinesas, subindo para 23% no segmento agropecuário, que ela representa

Hamilton Mourão e Kátia Abreu (Foto: divulgação VPR)

247 - A senadora Kátia Abreu (PP) se reuniu nesta quarta-feira, 28, com o vice-presidente, general Hamilton Mourão, para tratar da 6ª edição da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), prevista para o segundo semestre deste ano.

A COSBAN é presidida pelos vice-presidentes dos dois países, Hamilton Mourão e o chinês Wang Qishan e tem o propósito de promover a parceria entre Brasil e China, do ponto de vista econômico, tecnológico e de cooperação para o desenvolvimento.

Kátia Abreu ressaltou que o Brasil fornece 4% de todas as importações chinesas, subindo para 23% no segmento agropecuário, que ela representa.

Ao general, ela defendeu que o Brasil deve fixar metas de exportação, a fim de beneficiar-se do crescimento previsto para a economia chinesa nas próximas duas décadas. A senadora também pediu um esforço para ampliar a participação do País no mercado chinês.

Hamilton Mourão convidou Kátia Abreu a participar do próximo encontro preparatório brasileiro para a 6ª edição da COSBAN, a realizar-se em junho, bem como da reunião de cúpula do mecanismo bilateral, marcada para o segundo semestre.

A conversa entre a senadora e o vice-presidente ocorreu um dia após reunião (filmada) em que o ministro da Economia, Paulo Guedes, atacou a China. O ministro afirmou que o "chinês inventou o vírus”, mas a vacina deles é menos efetiva que a dos americanos.

Meio ambiente

A senadora é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado. Ela apresentou ao general, presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, o projeto de lei de sua autoria que antecipa para 2025 as metas de redução do desmatamento no Brasil.

O PL 1539/2021 antecipa para 2025 a meta de redução de 43% das emissões de gases de efeito estufa e o fim do desmatamento ilegal. A proposta que Jair Bolsonaro apresentou à Cúpula do Clima, no último dia 22, prevê tais metas apenas para o ano de 2030.

“Como 40% das emissões brasileiras têm origem no desmatamento, é mais fácil e barato para o Brasil cumprir a meta de redução do que para outras nações que precisarão mudar boa parte de sua matriz energética”, ponderou a senadora.

Mourão, no entanto, afirmou que o desmatamento ilegal no Brasil está concentrado em apenas onze municípios e, por isso, o principal desafio para uma atuação mais efetiva estaria na repressão aos focos de ação criminosa.

O Plano Amazônia 2021-2022, elaborado pela equipe de Mourão, prevê a distribuição de vinte bases de prevenção ao desmatamento no território, devidamente equipadas para propiciar aos agentes de fiscalização a logística adequada.

Mourão minimizou metas da Cúpula do Clima

No dia da Cúpula do Clima, 22 de abril, Mourão minimizou a importância da Cúpula dos Líderes sobre o Clima, convocado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Ele também ironizou uma das promessas feitas inclusive por Jair Bolsonaro durante sua fala a chefes de governo de todo o mundo.

“Tinha desde grandes países até países bem pequenos (na cúpula). É mais uma carta de intenções que cada um colocou. E aí neguinho chega ali: ‘Em 2060…’. Pô, nós todos já viramos pó”, afirmou o general, que foi excluído das negociações do governo se preparando para o evento.

Entre outras promessas, totalmente não críveis vindas de quem as fez, Bolsonaro anunciou a antecipação da neutralidade de emissão de gases do efeito estufa de 2060 para 2050. 

Segundo Mourão, esse tipo de promessa faz parte, mas destacou o foco no desmatamento ilegal da Amazônia - Bolsonaro prometeu acabar até 2030. 

Bolsonaro também anunciou o objetivo de acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.

“O que nós temos que fazer, qual o nosso problema hoje? Claro, objetivo: temos que reduzir o desmatamento na Amazônia. A gente fez isso, nós contribuímos com o que temos que contribuir”, disse.

O general afirmou que a cúpula “foi uma ação do governo americano para retomar o protagonismo num tema que o governo anterior tinha abandonado. É uma reunião virtual de 40 chefes de estado dos mais diferentes possível”.

Mourão e a Amazônia

Nesta quinta, 22, durante conversa com o ministro da Defesa, Braga Netto, Mourão discutiu a extensão do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na Amazônia, que permite a manutenção de oficiais das Forças Armadas na região para atuar no combate ao desmatamento.

Segundo o vice-presidente, está extensão deve ser definida nos próximos dias, com a provável extensão da GLO por mais três meses, até 31 de julho.

A operação já foi denunciada como sendo favorável aos latifundiários, grileiros e madereiros, numa atuação dos militares para encombrir os crimes dos setores.

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