Banco Master: Vorcaro evitava assinar documentos comprometedores, dizem aliados
Segundo aliados, o banqueiro delegava assinaturas em papéis ligados a supostas fraudes financeiras
247 - Pessoas próximas a Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, relatam que o banqueiro adotava uma postura de cautela extrema em relação a documentos considerados sensíveis dentro da instituição financeira. Segundo esses interlocutores, ele evitava assinar pessoalmente papéis que pudessem gerar implicações jurídicas, delegando essa função a subordinados e funcionários de sua confiança. Segundo a coluna Painel, da Folha de São Paulo, essa prática se estendia a documentos ligados a empresas que seriam de fachada e teriam sido utilizadas para captar até R$ 12 bilhões no mercado financeiro.
Estratégia para evitar exposição direta
De acordo com aliados de Vorcaro, a ausência de sua assinatura fazia parte de uma estratégia deliberada para reduzir riscos legais. A avaliação, no entanto, é que essa conduta não será suficiente para afastar a possibilidade de responsabilização do banqueiro no âmbito das investigações em curso.
Provas vão além da ausência de assinatura
Ainda segundo pessoas próximas, há outros elementos que pesam contra o controlador do Banco Master. Entre eles estão conversas, mensagens telefônicas e indícios de que sua liderança sobre as ações de subordinados era clara, mesmo sem a formalização por meio de assinaturas.
Depoimento no STF será decisivo
O papel efetivo de Daniel Vorcaro nas supostas irregularidades será um dos principais pontos a serem esclarecidos no depoimento que ele prestará nesta terça-feira (30) no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal. Caso negue participação direta nos fatos investigados, utilizando como argumento a falta de assinatura nos documentos, poderá ser questionado por eventual falso testemunho, conforme avaliação de seus próprios aliados.



