Bolsonaro segue internado e deve passar Réveillon no hospital após crises de hipertensão
Equipe médica mantém ex-presidente sob observação em Brasília após procedimentos para tratar soluços persistentes e episódios de pressão alta
247 - Jair Bolsonaro (PL) deve permanecer internado no hospital DF Star, em Brasília, durante o período do Réveillon. Hospitalizado desde a véspera de Natal, ele segue em acompanhamento médico após passar por uma série de procedimentos realizados ao longo dos últimos dias, em meio a um quadro clínico que inclui soluços persistentes, apneia do sono e episódios de hipertensão arterial.
As informações foram divulgadas pela equipe médica responsável pelo tratamento, em entrevista coletiva. Segundo os médicos, a expectativa é de que Bolsonaro continue no hospital ao menos até o dia 1º de janeiro, desde que não haja novas intercorrências clínicas.
De acordo com o cirurgião Cláudio Birolini, a permanência no hospital é considerada necessária para monitorar a resposta aos procedimentos realizados. “A gente está trabalhando com a hipótese de, se não houver novas intercorrências, novos problemas, que ele fique aqui (no hospital) até o dia 1º (de janeiro), até quinta-feira”, afirmou o médico.
Bolsonaro foi internado inicialmente para a correção de uma hérnia inguinal bilateral, cirurgia realizada na quinta-feira anterior. No entanto, a persistência de crises de soluço levou a novos procedimentos. Na segunda-feira, os médicos realizaram um bloqueio anestésico do nervo frênico no lado esquerdo. O mesmo tratamento já havia sido feito no lado direito no último sábado.
Ainda segundo Birolini, o ex-presidente deverá passar por novos exames nos próximos dias. “A gente precisa de pelo menos 48 horas para avaliação de resultados, complicações, esse tempo será aguardado. Ainda está prevista a realização de uma nova endoscopia digestiva alta. Possivelmente a gente vai fazer amanhã ou na quarta-feira”, explicou.
Além das intervenções relacionadas aos soluços, a equipe médica identificou um quadro severo de apneia do sono. O cirurgião relatou que Bolsonaro realizou um novo exame de polissonografia, que apontou cerca de 50 episódios de apneia por hora. “O exame realmente mostrou que ele tem uma apneia de sono severa, o que mostra a necessidade de uma melhora no padrão de sono. Possivelmente ele deve ficar esses próximos dias com algum equipamento para atender essa situação”, afirmou.
O cardiologista Brasil Caiado também detalhou episódios recentes de hipertensão arterial. Segundo ele, Bolsonaro, que já é hipertenso e faz uso regular de medicação, apresentou picos de pressão no fim de semana e novamente durante o procedimento realizado na segunda-feira. “No sábado à tarde ele começou a responder de forma diferente. O ex-presidente já é um portador de hipertensão arterial, já está medicado e controlada essa tensão, mas no sábado ele apresentou um pico hipertensivo”, disse. Caiado acrescentou que foi necessário ajustar a medicação e utilizar medicamentos intravenosos após nova crise. Apesar disso, ressaltou que o paciente se encontra em condição estável.
O bloqueio do nervo frênico, realizado em Bolsonaro, é um procedimento anestésico indicado em casos específicos de soluços persistentes que não respondem ao tratamento medicamentoso. Esse nervo é responsável por controlar os movimentos do diafragma, cuja contração involuntária provoca o soluço. A técnica consiste na aplicação localizada de anestesia para reduzir temporariamente os impulsos nervosos, interrompendo as contrações involuntárias sem causar paralisia permanente ou prejuízo à respiração.
Já a cirurgia de hérnia inguinal bilateral, que motivou a internação inicial, ocorre quando parte do intestino se projeta por áreas enfraquecidas da parede abdominal na região da virilha. O procedimento tem como objetivo reposicionar o conteúdo abdominal e reforçar a musculatura local, reduzindo riscos de dor, complicações e recorrência do problema, sendo realizado sob anestesia geral e monitoramento contínuo.



