Com bolsonarismo enfraquecido, direita avalia lançar Tarcísio sem apoio de Bolsonaro
Queda de apoio a Jair Bolsonaro anima aliados do governador de São Paulo, que avaliam candidatura independente
247 - O ambiente político na direita brasileira passa por um rearranjo acelerado em meio ao declínio do bolsonarismo. Segundo a coluna da jornalista Thaís Oyama, de O Globo, aliados reconhecem que o desgaste decorrente da prisão de jair Bolsonaro (PL) abre espaço para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) se torne uma alternativa competitiva, inclusive sem o apoio de seu padrinho político.
O ex-mandatário enfrenta queda contínua de apoio popular, em meio à prisão e ao enfraquecimento de sua imagem pública. A cena envolvendo a tornozeleira eletrônica queimada — acompanhada por uma policial penal que o tratou como “seu Jair” — tornou-se simbólica para setores da direita que avaliam que o magnetismo político de Bolsonaro se dissipou.
Bolsonarismo em queda e perda de influência
Os monitoramentos recentes mostram que o núcleo duro do bolsonarismo não ultrapassa 13% do eleitorado. Esse recuo abre brechas para que lideranças busquem alternativas capazes de preservar o sentimento antipetista sem carregar o peso da rejeição acumulada pelo ex-presidente.
Nesse cenário, Tarcísio tem intensificado sua presença nacional. De perfil técnico e descrito por aliados como pragmático, o governador voltou a assumir discurso de presidenciável e já avalia cenários para composição de chapa.
Cresce a defesa por uma candidatura independente
Aliados próximos, estimulados pelo declínio do bolsonarismo, começam a defender abertamente que Tarcísio dispute a Presidência sem o aval de Jair Bolsonaro. A leitura é que uma candidatura independente permitiria ampliar o alcance eleitoral e reduzir resistências.
Apesar de reiterar lealdade ao ex-mandatário, Tarcísio tem sido pressionado a analisar pesquisas e projeções com frieza. Para interlocutores, o governador não descartaria uma decisão baseada exclusivamente em dados.
Oposição se divide e articulações se desmancham
O pacto informal firmado em jantar de agosto em Brasília, que reuniu lideranças da oposição para consolidar apoio ao governador, já se desfez. De acordo com a reportagem, o presidente do PP, Ciro Nogueira, que buscou articulações na prisão domiciliar de Bolsonaro para obter uma declaração pró-Tarcísio, abandonou a estratégia.
Outro nome que se afastou foi Valdemar Costa Neto. O dirigente do PL, que antes pressionava publicamente pela filiação de Tarcísio, agora observa a movimentação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) rumo a uma candidatura própria e reduziu o contato com o governador paulista.
Lula mantém vantagem estratégica
Enquanto a direita se reorganiza, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue sem um adversário consolidado para a próxima eleição. Entre as promessas que reacenderam alertas na oposição está a intenção de nacionalizar a tarifa zero para ônibus, oferecendo transporte gratuito em todo o país. A proposta mira diretamente o eleitorado indeciso, considerado decisivo para o pleito.



