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Concurso Público Nacional Unificado reforça estratégia do governo Lula para recuperar políticas públicas

Segunda etapa do concurso ocorre com tranquilidade e amplia efeitos das ações afirmativas

Lula e Esther Dweck (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 - A segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU 2) registrou um dia de provas tranquilo em todo o país, consolidando o modelo como instrumento central de recomposição da capacidade estatal. A avaliação foi feita pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, durante coletiva realizada neste domingo (7), na Escola Nacional de Administração Pública (Enap).

No balanço apresentado, a ministra destacou que a aplicação das provas discursivas transcorreu sem qualquer intercorrência, refletindo o trabalho integrado de órgãos federais e estaduais envolvidos na operação,informa a Agência Gov..

Segundo Dweck, o desempenho da segunda etapa confirmou a robustez do modelo adotado pelo governo. “Foi tudo muito tranquilo. Tivemos um dia totalmente sem intercorrências. Acompanhamos toda a tarde na Polícia Rodoviária Federal no Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN), onde havia pelo menos duas pessoas de cada estado monitorando a segurança e todo o processo. As provas chegaram a todos os locais sem nenhuma ocorrência”, afirmou.

A prova discursiva foi aplicada em todas as 228 cidades previstas no edital. Dos 42 mil inscritos, 8.500 não compareceram — taxa de abstenção de 20%, considerada esperada para concursos em duas fases e inferior à registrada na primeira etapa, que ficou em torno de 40%. “Fica muito abaixo da abstenção da primeira etapa, que foi em torno de 40%, e muito menor do que a do CPNU 1. Isso reforça a consolidação do modelo”, avaliou.

Consolidação de uma política pública

Para Esther Dweck, o CPNU ultrapassou o status de inovação administrativa e se firmou como política pública essencial para recompor a força de trabalho e recuperar a presença do Estado. A ministra destacou que o concurso tem caráter estruturante e que seu fortalecimento só foi possível graças ao apoio do presidente Lula.

Ela afirmou que, ao início do atual governo, o diagnóstico era de severa capacidade limitada para execução de políticas públicas. “Quando voltamos para o terceiro mandato, observamos a incapacidade do Estado brasileiro de fazer políticas públicas. Havia carência de pessoas, de instrumentos e de vontade política. O Ministério foi criado para recuperar essas capacidades”, disse.

A ministra citou estudo da OCDE que aponta aumento da confiança da população no serviço público. “Em 2022, a confiança estava em 26%. Agora, em 2025, chegou a 38%. Está em linha com a média da OCDE e acima da média da América Latina. Isso reflete a percepção de que as políticas públicas estão sendo voltadas para as pessoas que precisam”, afirmou. Ela também mencionou avanços sociais recentes, como retomada do emprego, redução da pobreza e da desigualdade e a saída do Brasil do mapa da fome.

Ações afirmativas e presença feminina

A coletiva também destacou o impacto das políticas afirmativas adotadas no CPNU 2, especialmente na ampliação da participação das mulheres na segunda fase. Do total de 42.499 convocados para a prova discursiva, 57,12% são mulheres. Sem a equiparação prevista no edital, a proporção tenderia a ser de predominância masculina.

Se não houvesse equiparação, em vez de 57% de mulheres e 42,9% de homens, teríamos 50% de homens e 49% de mulheres”, explicou Dweck. A ministra detalhou o caso do cargo de Analista Técnico de Justiça e Defesa, no bloco 7, em que inicialmente havia 1.490 homens aprovados contra 888 mulheres. “Chamamos mulheres para completar os 1.490, e chegamos a 50% de mulheres e 50% de homens. Mais de 500 mulheres adicionais foram classificadas”, afirmou. Ela reforçou que a equiparação só ocorre quando há predominância masculina e que não se aplica em áreas onde as mulheres já são maioria, como saúde.

O balanço geral das ações afirmativas também mostrou forte adesão: entre os convocados, 14.600 são pessoas negras, 634 indígenas, 616 quilombolas e 4.198 pessoas com deficiência — todos com participação superior às reservas previstas.

Operação integrada e próximos passos

Dweck agradeceu o trabalho das equipes envolvidas, citando parcerias com o Ministério da Justiça, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria Nacional de Segurança Pública, Força Nacional, governos estaduais, Casa Civil, AGU, CGU, Secom, Abin, Ipea, Enap, Dataprev, FGV e diversas áreas do MGI. “Esse é um trabalho coletivo”, afirmou.

A nota preliminar da prova discursiva e os espelhos de correção serão divulgados em 23 de janeiro de 2026. Os pedidos de revisão poderão ser apresentados nos dias 26 e 27 de janeiro, e a lista de convocados está prevista para fevereiro de 2026, conforme cronograma oficial. Outras informações estão disponíveis na página do concurso.

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