HOME > Brasil

Diretor da PF critica Dosimetria e aponta incoerência

Andrei Rodrigues aponta hipocrisia da direita, que defende endurecimento de punições, mas defende um projeto que vai na contramão

Andrei Rodrigues Foto: Andressa Anholete/Agência Senado (Foto: Andressa Anholete)

247 - O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, voltou a se posicionar de forma crítica em relação ao projeto da dosimetria que tramita no Congresso Nacional e prevê a redução de penas. A declaração foi feita durante a cerimônia de posse do novo superintendente da PF no Distrito Federal, realizada no complexo onde está preso o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O tema ganhou ainda mais relevância por coincidir com o dia em que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado analisaria a proposta. Rodrigues enfatizou a necessidade de alinhamento entre o discurso público das autoridades e as decisões efetivamente adotadas no campo legislativo e institucional.

Ao tratar do projeto em discussão no Congresso, o diretor-geral da PF afirmou que há uma falta de coerência por parte de agentes públicos dos três Poderes quando se defende, em público, o endurecimento das punições, mas se admite, na prática, a flexibilização das penas. Segundo ele, esse tipo de contradição enfraquece o enfrentamento ao crime organizado.

“Nós precisamos ter coerência. Nós, autoridades públicas, dos três poderes, temos de ter coerência entre o discurso e a prática. Não vale pregar mais o recrudescimento de pena, proibir benefícios constitucionalmente previstos, e na hora da prática fazer outra coisa, como por exemplo propor anistia ou propor afrouxamento de penas para quem comete crime do crime organizado”, afirmou Andrei Rodrigues.

Artigos Relacionados