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Glauber Braga: Hugo Motta e Arthur Lira são os 'grandes derrotados nessa história'

Deputado afirma que articulação para derrubá-lo fracassou e critica condução de Hugo Motta no episódio

Glauber Braga: Hugo Motta e Arthur Lira são os 'grandes derrotados nessa história' (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

247 - O deputado Glauber Braga afirmou que manterá sua atuação política após o processo no Conselho de Ética da Câmara. As declarações foram dadas ao UOL, em entrevista publicada na quinta-feira (11).

O parlamentar detalhou os bastidores da sessão que poderia resultar em sua cassação e associou o episódio às disputas internas envolvendo Hugo Motta e Arthur Lira.

Glauber disse que, apesar do desgaste recente, não pretende se afastar da vida pública. Segundo ele, “vou continuar militando, vou continuar fazendo política, vou me reunir com as pessoas que compõem o mandato e com as forças políticas que dão sustentação ao mandato para definir os próximos passos”. O deputado acrescentou que deseja dedicar mais tempo ao filho, mas reforçou que não há possibilidade de se afastar da militância: “não vai ter como parar de jeito nenhum”.

Críticas diretas a Motta e Lira

Ao avaliar o processo que enfrentou, Braga foi categórico ao apontar os nomes que, em sua visão, saíram derrotados. Ele afirmou que “os grandes derrotados nessa história são dois. O Hugo Motta e o Arthur Lira”, argumentando que ambos articularam um plano que não se concretizou.

Segundo o deputado, havia uma estratégia para cassar Carla Zambelli na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário, utilizando o caso como justificativa para avançar também sobre seu mandato. Ele relatou que “a justificativa de uma eventual cassação da Carla Zambelli (...) justificaria também ele me cassar, essa era a intenção”, associando a movimentação a uma tentativa mais ampla que incluiria, segundo ele, anistiar golpistas e manter a elegibilidade de Eduardo Bolsonaro.

Braga afirmou que as articulações falharam porque “eles utilizaram os métodos tradicionais de coação com quem não se dispõe a estar submetido ao que eles fazem”, e que esse tipo de pressão encontrou resistência de parlamentares e grupos dispostos a reagir.

Derrota política e desgaste interno

O parlamentar declarou que Hugo Motta mobilizou sua base para aprovar a sessão no Conselho de Ética, mas a estratégia desmoronou quando o resultado não correspondeu às expectativas. “Quando eu, então, não sou cassado, o Hugo Motta não consegue o cumprimento também da cassação da Carla Zambelli (...) ele sai derrotado no conjunto daquilo que fez”, disse.

Braga afirmou esperar que o episódio sirva como lição política: “eles podem muito, mas não podem tudo”.

Ruptura com a Polícia Legislativa

Outro ponto destacado por Glauber Braga foi o desgaste entre Hugo Motta e a Polícia Legislativa. Segundo o deputado, o comportamento do relator do Conselho comprometeu a relação com os agentes.

“O que ele fez, não se faz (...) depois do que Hugo Motta fez, de mandar os caras tirarem, mandar eles fazerem o que fizeram, e depois dizer que não foi ele, pode ter certeza que ele não conta com respeito da Polícia Legislativa”, afirmou.

Braga ainda citou que um policial legislativo desmentiu publicamente Motta: “a ordem veio da presidência”, teria dito o agente, reforçando, segundo o deputado, a perda de credibilidade do parlamentar após o episódio.

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