Governo deve mirar segurança, big techs e escala 6x1 em 2026, diz José Guimarães
Líder do PT disse que Lula foca em aumentar a bancada no Congresso nas eleições do ano que vem
247 - O governo federal já articula uma agenda legislativa estratégica voltada para as eleições de 2026, com prioridade para temas considerados centrais no debate político e social do país. Entre os principais eixos estão o fim da escala de trabalho 6x1, a Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública, o Projeto de Lei Antifacção e a regulamentação das plataformas digitais de grande porte.
As informações foram dadas pelo líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), em entrevista à CNN Brasil, veículo responsável pela apuração original da notícia. Segundo ele, o Palácio do Planalto avalia que esses temas terão papel decisivo na construção da agenda política do próximo período eleitoral.
Nesta semana, a Câmara decidiu adiar a análise do PL Antifacção e da PEC da Segurança Pública para 2026, após o recesso parlamentar. Guimarães afirmou ver a decisão de forma positiva e justificou o adiamento. “Ainda que seja prioridade do governo, não tínhamos o texto. Votar uma matéria dessa sem ter feito uma reunião com o Ministério da Justiça não é aconselhável”, declarou.
Sobre o debate em torno do fim da escala 6x1, o deputado reconheceu que a proposta encontrou resistência inicial no Congresso, mas avaliou que o ambiente mudou. Segundo ele, o tema chegou com “indiferença” ao Parlamento, mas atualmente avança com “bastante razoabilidade” entre os deputados.
No campo da regulação digital, Guimarães foi direto ao defender a urgência da matéria. “Não podemos partir para a eleição sem lei”, afirmou, ao tratar da regulamentação das big techs. A proposta é considerada estratégica pelo governo diante do papel das plataformas no debate público e no processo eleitoral.
Outro ponto que deve ganhar destaque em 2026 é a discussão sobre a tarifa zero no transporte público. De acordo com o líder governista, o tema será uma das prioridades do PT, mas ainda depende de definições da área econômica para avançar no Congresso.
Guimarães também antecipou que, em abril, o PT deve promover um debate nacional sobre os rumos do partido e a estratégia para a campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o deputado, o cenário eleitoral ainda está indefinido nas disputas para o Senado, a Câmara e os governos estaduais, mas ele avalia que Lula vem “se consolidando como uma grande possibilidade” no Executivo.
Segundo o líder, a reeleição do presidente é a principal prioridade do partido, seguida pela formação de uma bancada robusta no Congresso Nacional. “Quero eleger no mínimo 90 deputados federais, pelo bem da governabilidade do Brasil”, disse, ao defender uma base parlamentar majoritária para sustentar um eventual quarto mandato de Lula.
O parlamentar afirmou ainda que o quadro de pré-candidaturas do PT é positivo. De acordo com ele, há nove pré-candidatos aos governos estaduais, 19 nomes colocados para o Senado e um grande número de postulantes à Câmara dos Deputados. “Acredito que podemos ter uma reformulação desse quadro de correlação de forças”, projetou, ao falar sobre o cenário pós-eleições.
No recorte regional, Guimarães avaliou que o cenário no Nordeste está praticamente definido, com exceção da Paraíba e do Maranhão, onde as articulações seguem em aberto. No Ceará, seu estado, ele confirmou que o partido trabalha com a reeleição do governador Elmano de Freitas. “Ele tem o direito de ser candidato à reeleição e estamos preparados para ganhar”, afirmou.
Guimarães também destacou que o PT nacional mantém como prioridade sua pré-candidatura ao Senado pelo Ceará. “O partido não abre mão dessa candidatura”, concluiu.



