“Grande dia”: Lindbergh comemora avanço da denúncia contra Eduardo Bolsonaro
Relator cita articulação por sanções dos EUA para pressionar autoridades brasileiras
247 - O deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, comemorou o voto do ministro Alexandre de Moraes pelo recebimento da denúncia contra o também deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A decisão, segundo ele, confirma os elementos apresentados em uma representação criminal que protocolou em maio, apontando coação no curso de um processo.
Lindbergh afirmou que o voto do relator reconhece “que há justa causa para processar o deputado por usar, de forma continuada, ameaças graves e sanções estrangeiras para tentar interferir no julgamento da AP 2.668”. Segundo o líder petista, o ministro detalhou que Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo “articularam sucessivas e continuadas ações voltadas a intervir no processo penal”, mobilizando agentes estrangeiros para impor medidas coercitivas contra ministros do Supremo Tribunal Federal.
O líder do PT destacou que o voto descreve “males civis e financeiros ‘significativamente violentos’”, citando restrições de visto, tarifas sobre exportações brasileiras e possíveis ações amparadas na Lei Magnitsky, todas apresentadas como instrumentos de pressão indevida. Para o deputado, o documento demonstra “com riqueza de detalhes” a atuação coordenada que teria buscado favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lindbergh também ressaltou que, segundo o voto de Moraes, o próprio Eduardo Bolsonaro admitiu publicamente a estratégia, ao declarar que conseguiu “colocar na mesa o único fator que está possibilitando a gente sonhar com Bolsonaro não condenado”. Para o líder do PT, esse reconhecimento reforça a gravidade dos fatos narrados no relatório.
Na publicação, o parlamentar enfatizou ainda que a atuação descrita produziu “instabilidade, temor e danos à economia nacional”, resultado das pressões consideradas ilegítimas sobre o Judiciário. Segundo Moraes, conforme reproduzido por Lindbergh, o objetivo sempre foi “sobrepor os interesses da família Bolsonaro às normas do devido processo legal”.
O deputado concluiu sua análise destacando que, no entendimento do ministro, “não há imunidade parlamentar nem liberdade de expressão que abranjam a instrumentalização de sanções estrangeiras para atacar o Judiciário brasileiro”, reforçando a importância do recebimento da denúncia.



