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Lula minimiza divergências com Hugo Motta e Alcolumbre: “sou grato”

Presidente destaca diálogo com o Congresso e afirma que divergências fazem parte do processo democrático

Hugo Motta, Davi Alcolumbre e Lula (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) buscou reduzir a leitura de conflitos entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional ao comentar, nesta quarta-feira (17), as relações com lideranças parlamentares. A declaração foi feita durante reunião ministerial, a última de 2025, na qual o chefe do Executivo fez um balanço político do ano e enfatizou a importância do diálogo institucional para a aprovação de pautas consideradas estratégicas pelo governo.


No encontro, Lula fez questão de agradecer publicamente aos líderes do Congresso e relembrou o contexto adverso encontrado no início do mandato. O conteúdo do discurso foi proferido pelo próprio presidente durante a reunião ministerial. “Vamos terminar o ano bem. Quero agradecer meus líderes no Congresso, aos líderes partidários que nos ajudaram. Tomamos posse em uma situação muito adversa. Parecia tudo quase impossível”, afirmou.


Ao rememorar a relação com as antigas cúpulas da Câmara e do Senado, Lula destacou a convivência com Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, ressaltando a capacidade de negociação construída ao longo do período. “Tivemos uma boa relação com o presidente [Arthur] Lira na Câmara, com o [Rodrigo] Pacheco no Senado. Conseguimos aprovar quase tudo que a gente queria aprovar discutindo, cedendo, conquistando, fazendo aquilo que é próprio da democracia”, disse.


O presidente também valorizou o papel dos ministros no processo de articulação política, com menção especial às equipes da Fazenda e da Casa Civil. “Quero agradecer aos ministros, sobretudo a área da Fazenda e da Casa Civil, que trabalharam com muita maestria para fazer com que as coisas acontecessem”, declarou.


Ao comentar a repercussão de disputas pontuais entre governo e Congresso, Lula criticou a lógica de vitória ou derrota frequentemente atribuída ao Executivo. “De vez em quando aparece uma rusga, uma manchete no jornal: ‘o governo perdeu’ ou ‘o governo ganhou’. O governo não perde nem ganha. Para nós, o que é bom é se o povo ganha. É isso que interessa”, afirmou.


Na parte final do discurso, o presidente tratou diretamente das relações com Hugo Motta e Davi Alcolumbre, além de retomar nomes já citados anteriormente. Ele rejeitou a existência de conflitos pessoais e ressaltou a gratidão pelo apoio recebido ao longo do mandato. “Não tenho nada pessoalmente contra ninguém. Sou amigo do Hugo Motta, do Lira, do Pacheco, do Alcolumbre, sou grato pelo que eles fizeram nesses três anos comigo”, disse.


Lula acrescentou que eventuais divergências devem ser enfrentadas com mais diálogo e disposição para o entendimento. “Na hora em que surgir uma divergência é importante a gente lembrar que a gente precisa conversar mais, aparar as arestas, e eu estou disposto a fazer isso”, afirmou. Para o presidente, o volume de matérias aprovadas no Congresso, apesar do cenário adverso, é resultado direto da negociação política. “Não conheço na história um governo que conseguiu, num Congresso adverso como nós pegamos, aprovar metade do que nós aprovamos. É a vitória do multilateralismo, da negociação, da paciência, da conversa”, concluiu.

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