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Lula rejeita acordo para reduzir penas do 8 de janeiro, dizem ministros

Presidente sinaliza veto a proposta que pode beneficiar Bolsonaro e endurece discurso político sobre 2026

Lula (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou oposição a qualquer tipo de acordo que resulte na redução das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. A posição foi expressa durante uma reunião ministerial realizada na quarta-feira (17), segundo relatos de integrantes do próprio governo. As informações foram divulgadas pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. De acordo com ministros que participaram da reunião, Lula deixou claro que a tendência é pelo veto presidencial ao texto.

A reação do presidente ocorreu após o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), admitir que firmou um acordo de procedimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para permitir o avanço da proposta. Segundo Wagner, o entendimento teve caráter apenas regimental e não envolveu o mérito do texto, além de não ter sido discutido previamente com Lula nem com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

A movimentação no Senado gerou forte reação dentro do governo. Ainda pela manhã, Gleisi Hoffmann e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), rejeitaram publicamente qualquer negociação que envolvesse a redução das penas. Lindbergh foi categórico ao comentar a posição do presidente: "O presidente Lula está radicalmente contra a dosimetria. Vai ter que vetar", afirmou o deputado.Durante a reunião ministerial, o presidente alertou que ministros e partidos da base aliada terão de deixar claro "de que lado estarão" na eleição de 2026, definida por ele como a "hora da verdade".

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