Nova operação contra fraudes no INSS apreendeu armas, relógios, carros de luxo e dinheiro vivo
Ao todo, foram cumpridos 52 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventiva
247 - A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira uma nova etapa da operação Sem Desconto, que investiga um suposto esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Durante a ação, foram apreendidos armas de fogo, relógios, carros de luxo e dinheiro em espécie, cujo valor ainda está sendo contabilizado pelos investigadores.
Ao todo, foram cumpridos 52 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventiva. As medidas judiciais foram executadas no Distrito Federal e nos estados do Maranhão, São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Minas Gerais, como parte do esforço para aprofundar as apurações.
Entre os itens recolhidos pelos agentes da Polícia Federal estão uma pistola, carabinas e um fuzil, além de veículos de alto padrão e relógios de luxo. Segundo a corporação, o material apreendido pode ajudar a esclarecer a dimensão patrimonial do esquema investigado e a eventual tentativa de ocultação de recursos obtidos de forma ilícita.
A operação também atingiu nomes ligados ao meio político e à administração pública. O senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo no Senado, foi alvo de mandado de busca e apreensão. Em nota, ele afirmou que recebeu a ação “com surpresa” e “serenidade” e declarou que “se coloca à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas assim que tiver acesso integral a decisão”.
Outro alvo da investigação foi o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo da Cunha Portal, que teve a prisão domiciliar decretada e foi afastado do cargo de número dois da pasta. A medida reforça o foco da operação em possíveis conexões entre o esquema investigado e a estrutura administrativa ligada ao sistema previdenciário.
Também foram presos preventivamente Romeu Carvalho Antunes, filho do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e o advogado Eric Fidelis, filho do ex-diretor do INSS André Fidelis. As prisões fazem parte do conjunto de ações destinadas a desarticular o grupo suspeito de atuar de forma organizada para fraudar benefícios previdenciários.
De acordo com a Polícia Federal, a nova fase da operação busca esclarecer a prática de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário, além de atos de ocultação e dilapidação de patrimônio. A investigação é conduzida em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), que atua no apoio técnico e no rastreamento de irregularidades administrativas relacionadas ao caso.



